Portal Caparaó - Jaguatirica é empalhada no Curso de Ciências Biológicas
Agronégocios

Jaguatirica é empalhada no Curso de Ciências Biológicas

05/06/2008 - Atualizado em 07/06/2008 10h03

Encontrada morta num beco próximo a um mercado de frutas perto do Estádio JK, a jaguatirica (felis pardalis) foi vítima de atropelamento. Durante o procedimento de empalhamento o biólogo Rodrigo da Penha Silva confirmou sinais de que ela foi atingida em cheio por um veículo.  

Segundo a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, Luciane Portugal, o animal foi encontrado e encaminhado pela Policia Militar Ambiental para a Faculdade do Futuro. “O biólogo esteve na sexta feira conduzindo todo o trabalho de taxidermia (técnica de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais). Doze acadêmicos participaram ativamente do processo e isso foi mais um importante momento de aprendizado e interação”, avaliou.

Além do ensino, a jaguatirica servirá como subsídio aos processos de sensibilização, educação e conscientização da sociedade para preservação e conservação da fauna.

TÉCNICA

Amplo conhecedor da técnica de empalhamento, Rodrigo da Penha Silva mostrou aos acadêmicos que a prática antiga de caçadores, é feita, hoje, para o estudo de espécies em extinção. "Muitos animais entram em extinção. Tê-los empalhados é fundamental para o estudo e memória dessas espécies", destaca.

A primeira fase do procedimento foi a retirada de toda a pele e a limpeza do crânio. Em seguida, o biólogo colocou algumas substâncias químicas, como borax, que desidrata a pele. "Por fim, sustenta-se o animal através de uma estrutura interna de arame. Só aí colocamos o algodão", explica Rodrigo.

A vantagem do empalhamento é que ele permite estudos e comparações. Uma delas é justamente evitar a confusão gerada no dia em que foi encontrada. A jaguatirica foi considerada um filhote de onça, mas o biólogo esclareceu: é um exemplar macho e de idade adulta que estava bem alimentado. A principal forma de identificar a jaguatirica são as manchas em formas de rajadas próximo ao pescoço, muito diferente da onça que tem marcas em formato de pintas redondas e com tom mais claro.

Não possível precisar a hora em que foi morta, mas a coordenadora do curso explica que possivelmente a jaguatirica saiu de seu habitat para procurar alimento e foi atropelada. “A urbanização e o desmatamento aliada a cultura do café, sempre em expansão, estão eliminando o espaço dos animais. Eles são obrigados a vir para as cidades em busca de comida”, explica Luciane Portugal.   Carlos Henrique Cruz - 05/06/08 - 22:40 - contato@portalcaparao.com.br 

O Portal Caparaó não se responsabiliza por qualquer comentário expresso no site ou através de qualquer outro meio, produzido através de redes sociais ou mensagens. O Portal Caparaó se reserva o direito de eliminar os comentários que considere inadequados ou ofensivos, provenientes de fontes distintas. As opiniões são de responsabilidade de seus autores.