Wellington diz que Bernardo planejou tudo

Em entrevista à reportagem do Portal Caparaó Wellington Soares Martinez diz que está arrependido do que fez. O rapaz que na época do primeiro crime tinha completado 18 anos e agora tem 20, conta que perdeu a família e tudo o que tinha por conta do assassinato do advogado.

Com muita tranqüilidade e até frieza, ele diz que foi Bernardo quem o convenceu a cometer o crime. “O Dr. Bernardo foi até o Edmardo para contratar alguém para matar ele mesmo. Depois que me conheceu, falou que estava doente e que se morresse por conseqüência da doença a família não receberia o seguro. Era preciso que parecesse que tinha sido assassinado para que ganhasse o dinheiro”, afirmou.

Depois da tentativa não ter dado certo, resolveram dar um tempo, mas Wellington recebeu os dez mil reais pelo serviço. Em 2007, com novo acordo, o crime foi cometido do jeito que o próprio advogado encomendou. “Nós saímos aqui de Manhuaçu. Eu e Bernardo no carro dele, enquanto o Edmardo seguiu atrás em outro carro. Lá o Edmardo me pegou depois que eu atirei no Bernardo três vezes e viemos embora”, contou.

Durante a reconstituição, Wellington contou com toda naturalidade que Bernardo combinou que o tiro deveria ser na cabeça. Quando estava no chão deu o outro tiro no peito e, para ter certeza, mais um tiro na cabeça.

A idéia de montar a cena para parecer latrocínio (assassinato seguido de roubo) foi do próprio advogado. “Ele pegou o pneu sobressalente e a chave de roda e colocou do lado do carro. Depois ele tentou furar o pneu para parecer que tinha parado para trocar, foi assaltado, reagiu e morreu baleado”, contou.