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Política

João Magalhães diz que denúncia é coisa de lunático

20/06/2008 - Atualizado em 23/06/2008 16h23

Os policiais federais deixaram, no início da tarde de sexta-feira (20), os gabinetes dos deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG), no Congresso Nacional, levando sacolas com documentos, discos rígidos de computadores e um laptop. Os policiais chegaram ao local pela manhã e ficaram cerca de cinco horas trancados nos gabinetes. Os deputados não estão em Brasília.

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, David Salem, afirmou que os deputados estão sendo investigados por corrupção passiva, concussão e tráfico de influência.

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete deles nesta sexta-feira. Salem explicou que não foi pedida a prisão dos parlamentares porque não seria possível fazer prisão em flagrante de ambos.

OUTRO LADO 

O deputado João Magalhães disse ter sido surpreendido pela operação da PF. Ele afirmou que não participa de nenhum esquema e que as obras beneficiadas por suas emendas parlamentares são alvo de fiscalização da Caixa Econômica Federal. "A Caixa faz a vistoria de todas as obras. Essa denúncia é coisa de algum lunático."

Segundo o superintendente da PF, “a busca foi feita para encontrar mais elementos, para poder amanhã, de forma mais firme, levar a uma ação penal e a Procuradoria Geral da República poder fazer a denúncia”.

Salem afirmou que os envolvidos no esquema realizavam ótimos projetos, mas faziam execuções mal-feitas para dividir parte dos recursos. “Verificou-se que o baixo padrão das obras estava se traduzindo em desvio de verbas públicas”, afirmou. Um dos braços da quadrilha atuava com a execução de emendas parlamentares e o outro por meio de empréstimos de bancos públicos.

A investigação do esquema pela PF começou no início de 2006 após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter encontrado irregularidades em obras em 29 cidades de Minas Gerais. No final, a PF descobriu que o esquema atua em 119 municípios mineiros.

Três dos presos são funcionários públicos que trabalham no governo federal, sendo um do Ministério das Cidades, outro da Secretaria do Tesouro Nacional e um da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Foram expedidos também 231 mandados de busca em sete estados e no Distrito Federal. Além de parlamentares, estariam envolvidos no esquema prefeitos, funcionário públicos e empresários.

De acordo com Salem, as investigações continuam. Nesta segunda fase serão abertos 200 inquéritos, um para cada projeto suspeito. As obras que estão sob suspeita de irregularidades têm orçamento de R$ 700 milhões. Entre as obras, algumas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Sem foco político

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a operação da Polícia Federal tenha motivação política. “Quero deixar claro que todas as buscas e mandados de prisão não têm nenhuma destinação a alguma região específica ou mira qualquer facção política. O governo quer reafirmar que operações são normais e vão continuar, porque queremos combater a corrupção”, disse o ministro.

Informações do G1 - 21:09 - 20/06/08  

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