Fechamento dos supermercados aos domingos é tema de audiência

MANHUAÇU (MG) - Na noite de ontem (25/08), a Câmara Municipal de Manhuaçu promoveu a audiência pública para ouvir a população sobre o funcionamento do comércio aos domingos. Com a mesa diretora composta pelos os vereadores cabo Anízio (PDT, Gilsinho (PSDC), Fernando Lacerda (PMDB), Juninho Linhares (PSDC), o presidente do Sintracom de Manhuaçu, Adauto Abreu, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manhuaçu (CDL), José Alves Aguiar, o secretario municipal de Agricultura e Comércio, Sandro Linhares e o representante de alguns proprietários de supermercados e mercearias, o advogado e contados, João Batista Sales.

A sessão ainda contou com a presença de um grande público de trabalhadores do comércio, principalmente, de supermercados e mercearias. Eles traziam cartazes solicitando o fechamento dos supermercados aos domingos e pediam o voto do legislativo para a aprovação da lei.

O primeiro a se pronunciar foi o vereador cabo Anízio, que deu por aberta a audiência. Ele ressaltou que o tema é polêmico, mas que a casa estava aberta para ouvir a opinião do povo, o mais interessado diante do assunto.

Em seguida, a audiência foi conduzida pelo vereador Gilsinho, que ressaltou a importância da aprovação da lei que proíba os supermercados e mercearias de funcionarem aos domingos. “Sempre me posicionei em favor do projeto desde que ele foi apresentado. Nossa preocupação não é com o comerciante, sim com a defesa da família. As pessoas trabalharem de segunda a segunda e isso mantém as relações familiares muito distantes”, afirmou.

Para o vereador Fernando Lacerda a questão se arrasta desde 2007, com a aprovação de uma lei municipal, que, segundo o vereador, não está sendo cumprida em Manhuaçu. Ele ainda defendeu sua posição favorável ao fechamento dos supermercados. “Sabemos que no mundo capitalista que vivemos hoje todos só querem trabalhar e acabam se esquecendo da família. Sou a favor de fechar”.

Em seguida, o vereador Paulo Altino (PR), convidado pela mesa diretora a se pronunciar, citou o caso de um amigo, que trabalha no comércio de segunda a segunda e não tem tempo para poder ficar com sua filha, que é deficiente. “Eu tenho um amigo que trabalha no supermercado e tem uma filha paraplégica e ele só pode ver sua filha no domingo, mas ele tem que trabalhar. Está tirando dele o direito de ver a sua filha. O consumidor tem de segunda a sábado para conduzir nosso dia de compra, agora os funcionários tem apenas o domingo para ficar com sua família”, relatou.

Paulo ainda afirmou que além dos funcionários, o consumidor ainda pode se beneficiar muito da aprovação do projeto. “O que os consumidores estão se esquecendo é que se funcionar de segunda a sábado, irá ter competitividade e consequentemente promoções. Quem abrir aos domingos abrirá sozinho e o consumidor irá pagar mais caro nesse dia”.

Segundo o vereador Gilsinho uma das perguntas que mais se fazem em redes sociais é em relação a possíveis demissões no comércio, caso os supermercados e mercearias realmente fechem aos domingos. Para explicar a situação, ele convocou o representante de uma parcela dos proprietários de supermercados e mercearias, João Batista, que explicou que abrir ou fechar aos domingos não irá interferir no aumento ou redução de empregos na cidade.

João ainda defendeu a posição favorável de muitos proprietários, citando o ponto de brecha na lei municipal. “A maioria dos proprietários são a favor de fechar aos domingos. Manhuaçu tem uma lei, a lei 11603, que permite o trabalho aos domingos, desde que haja um acordo entre empregado e empregadores, e outra que não permite a abertura aos domingos. Existe hoje uma brecha para que alguns proprietários solicitem a abertura aos domingos. O que estamos pedindo hoje é que o legislativo modifique essa lei para que alguns comerciantes não possam abrir aos domingos”.

Entre alguns argumentos utilizados por João, ele citou o risco ao funcionário, que pode ser vítima de roubos, por se tratar de um dia com uma diminuição do efetivo policial nas ruas, e em relação as vendas realizadas e os gastos despendidos pelo comércio aos domingos.

“Não há aumento de venda, apenas uma transferência de vendas na quinta-feira e sexta-feira para os domingos. Há apenas gastos. Ou seja, um dia a mais se gasta mais e consequentemente o gasto é revertido aos consumidores, com aumento dos preços”, explicou.

Para o consumidor Nilson Dângelo, fechar os supermercados só trará benefícios e nenhum problema aos consumidores. “Eu nunca fiz uma compra aos domingos e nunca faltou nada em minha casa”, afirmou.

Com informações - portalcaparao@gmail.com