Portal Caparaó - Carta de Edmardo Antônio
Segurança

Carta de Edmardo Antônio

19/07/2008 - Atualizado em 19/07/2008 20h20
A carta divulgada por Edmardo Antônio através de seus familiares:

Caso Bernardo 

O Dr. Reinaldo Magalhães que me desculpe, mas eu admiro um criminalista de ilibada reputação fazer críticas e suposições equivocadas a meu respeito, e sobre o caso da morte do Dr. Bernardo. Este crime estava como ‘ovo de Colombo’. Até que veio uma equipe da homicídios de BH/Santa Luzia, com informações privilegiadas, mais técnicas de serviço de inteligência, tiveram êxito, chegando ao autor, réu confesso, que por livre e espontânea vontade, passou a colaborar com a polícia, dando os mínimos detalhes, desde a peça vestibular, até a conclusão.

Dando os procedimentos legais, foi feito a reconstituição do crime, acompanhada por experientes peritos de BH e região, assistido por competentes delegados e detetives, P2 da PM, e outras autoridades e profissionais de segurança, tudo feito com sucesso, munidos de provas técnicas e prova dos fatos, chegaram uma conclusão da legítima e incontestável motivação do crime. Tudo na forma da lei.

O réu confesso tenta preservar alguém de sua consideração, ou por medo de represália por parte do suposto parceiro, ou nem existe segunda pessoa. Mas, como eu não estava na cena do crime, ele que se explique. V.S. colocou bem quando disse que ele é um bobo da corte. Por medo, ou por falta de caráter, se tornou um instrumento manipulado para atingir pessoas que nada tem a ver com o crime. A justiça vai chegar numa conclusão que está havendo dedo da política suja e interesse financeiro no caso, que induz os erros judiciais irreparáveis, como no tempo da ditadura.

Qualquer órgão investigativo, como Polícia Federal, Civil, P2, etc, chegarão a mesma conclusão da equipe de Santa Luzia, pois todos dependem de informações privilegiadas.

V.S. alega que conheci o Dr. Bernardo através de meu irmão, informe-se primeiro. Pois conheci o mesmo a mais de oito anos, bem antes do meu irmão. V.S. mente ao afirmar que eu procurava o Dr. Bernardo, pelo contrário, ele que sempre ia a minha casa sozinho, e passava horas batendo papo comigo e minha ex. Eu é que nunca fui a casa dele. Como ele tinha medo de mim?

V.S. diz que eu o induzi o Dr. a fazer concurso para delegado. Isso é subestimar até a memória do mesmo. Dá a impressão que ele era imperceptível e leigo. V.S. usa a sociedade para defender interesses isolados de uma minoria, que recebe e absorve idéias absurdas, aguçando a má fé. A sociedade quer a verdade dos fatos, pois, de demagogia, já está farta.

V.S. escuta o galo cantar, sem saber onde esta. Eu admiro as pessoas de espírito analítico e justiceiro. Mas, V.S. acusa sem conhecer a pessoa, sua história e seu caráter. Eu não tenho medo da verdade.

Ninguém vai me usar para prejudicar ninguém. O meu depoimento é um só, e não tem dois sentidos. Eu não tenho duas caras, sou sujeito homem e não faço por emoção, e sim pela razão.

Eu estou sendo julgado pelo meu passado. Desde 83 até hoje o meu nome nunca mais foi envolvido com a justiça. Só usei armas na ditadura, em 83, quando o direito perdeu a força, e a força tentava fazer o direito. Se V.S. criou uma ONG para combater a impunidade, deveria unir com quem está com propósito legítimo de fazer justiça, e não tentar distorcer a verdade, nem causar transtorno e gastos supérfluos a justiça. Antes e depois deste crime, já aconteceram outros crimes piores na região. Pessoas menos favorecidas, sem seguro gordo, bóias-frias, apanhadores de café, tem sido vítimas de mortes violentas e não apareceu ONG para dar-lhe, sequer um pingo de esperança. Não apareceu nem um vidente jurídico para elucidar o crime. São vários, que tenham bom senso, que lute por todos, sem acepção ou discriminação de pessoas.

V.S. diz que já tem outra versão para o crime. Não existem duas verdades, é sim ou não. O que passar disso é mentira. Toda pessoa sábia mede as palavras para não cometer enganos, pois as palavras depois que saem de nossas bocas, já não nos pertencem mais. Seja ela ‘sim’ ou ‘não’. Mas a verdade permanece.

Manhuaçu, 03 de Julho de 2008.

Edmardo Antônio

Portal Caparaó - 19/07/08 - 20:04 

O Portal Caparaó não se responsabiliza por qualquer comentário expresso no site ou através de qualquer outro meio, produzido através de redes sociais ou mensagens. O Portal Caparaó se reserva o direito de eliminar os comentários que considere inadequados ou ofensivos, provenientes de fontes distintas. As opiniões são de responsabilidade de seus autores.