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Trilhas, café e hospitalidade nas montanhas do Caparaó

18/02/2017 - Atualizado em 19/02/2017 22h31

ALTO CAPARAÓ (MG) - Por um dia e uma noite, você passeia pelo lado mineiro. Noutro dia e noite, fica pelo lado capixaba. Os aventureiros, com certeza, vão querer usar mais 24 horas em caminhadas e camping. Pronto, em dois ou três dias, o turista terá conhecido não só as trilhas que levam ao pico da Bandeira, terceiro ponto mais alto do país, como o Parque Nacional do Caparaó. 

E esse é só um dos roteiros possíveis. O que não faltam são opções ao redor do pico, que até recebeu uma bandeira na época do Império. Infelizmente, o Parque do Caparaó continua fechado por causa do surto de febre amarela, apesar das cobranças de empresários do setor turístico de que seja liberado o acesso para quem estiver vacinado.

Pelas bandas de Minas, o visitante encontrará uma concentração maior de hotéis e restaurantes. E, como consequência, preços mais altos. No Espírito Santo, deverá ter mais opções de propriedades rurais – de bed&cafe a pousada.

Seja de que lado for, o movimento de turistas no parque cresceu substancialmente entre 2011 e 2015: o número total passou de 29 mil para 54,5 mil nesses cinco anos, com as portarias mineira e capixaba respondendo, respectivamente, por 80% e 20%.

Já na comparação dos sete primeiros meses de 2016 com igual período de 2015, registra-se uma redução de 35.449 para 32.623 visitantes, explicada, segundo os administradores, pela menor quantidade de feriados e por mais dias chuvosos.

Nascer do sol, café e cachoeiras na serra

Agora, não se sabe por quê, quem escolhe acampar no parque e subir até o pico da Bandeira prefere a experiência do nascer do sol em vez da do pôr do sol. Sobe de tarde, desce de manhã. Nesse caso, a melhor época para a visita é o inverno. Chove menos, e os dias ficam mais cênicos. Já o verão é a estação indicada para quem estiver interessado nas cachoeiras. O melhor período para a viagem depende da intenção de cada um.

E, se dos dois lados da fronteira, a economia está voltada para o turismo com foco no parque, há outra atividade produtiva no entorno da serra que salta aos olhos até do turista menos atento: o café. São cafezais e cafezais, que não só fortalecem o turismo rural, como já emprestam identidade à região.

“Por causa do café, o nome Caparaó está ganhando escala maior do que a área do parque: o café está funcionando como um carimbo, como identidade para a região”, afirma Anderson Nascimento, chefe do Parque Nacional do Caparaó.

No entorno, café e aconchego

Há grande expectativa entre os cafeicultores da fronteira entre Minas e Espírito Santo: está para sair o certificado de identidade geográfica para a produção do café no entorno da serra do Caparaó. O registro vai oficializar uma vocação que atravessa gerações.

A Fazenda Ninho da Águia, em Alto Caparaó, recebeu nos dois últimos anos a chancela de melhor produtora de café especial – Coffee of The Year – da Specialty Coffee Association of America (SCAA). “O prêmio transformou não só a propriedade, como o Alto Caparaó, em sinônimo de café especial”, diz Clayton Monteiro para turistas que chegam à fazenda para degustar a iguaria.

Do lado capixaba, a pousada Villa Januária se destaca como um misto de produtor de cafés especiais e bom acolhimento. No caso dos cafés, encontram-se ali produtos de diferentes lavouras da região reunidas em torno da grife Caparaó Coffee. Cecília Nakao mora há 14 anos no sítio, transformado em pousada há 12 anos. É ela a responsável pela escolha, seleção, torra e controle de qualidade dos produtos Caparaó Coffee.

 PASSEIOS

Turismo Rural: Café Fazenda Ninho da Águia. Colheita tardia (julho a dezembro). Alto Caparaó: fazendaninhodaaguia.com.br

Jeep Tur: Do Alto Caparaó ao parque, o tour custa R$ 100 (cinco pessoas). De Pedra Menina até lá, o valor é de R$ 200. Telefone: (32) 3747-2516

Natalino Turismo: Passeio de duas horas e meia para cinco pessoas sai a R$ 130. Telefone: (32) 3747–2604.

Informações sobre os passeios de jipe: Turismo no Jeep (32/3747-2115) e Transjeep (32/3747-2537).

Atrativos de um lado e de outro

Com 318 km², o Parque Nacional do Caparaó, administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), tem oito vezes o tamanho da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e duas entradas. A portaria de Minas está em Alto Caparaó, a do Espírito Santo, em Pedra Menina, distrito de Dores do Rio Preto.

Pelo lado de Minas, os destaques estão nas cachoeiras e nos poços naturais dos vales Verde (a 800 m da portaria) e Encantado (a 7 km da entrada e a 500 m do acampamento da Tronqueira, onde um mirante te deixa de frente para o pôr do sol). O segundo camping é o Terreirão, o mais próximo do pico da Bandeira, com acesso numa caminhada de 6 km.

Espírito Santo

Pelas bandas do Espírito Santo, há três cachoeiras bem frequentadas pelos turistas, as do Farofa, do Aurélio e a Sete Pilões. As duas primeiras são alcançadas por trilhas de 1 km; já a terceira fica a 200 m do acampamento da Macieira, perto da portaria de Pedra Menina. O segundo camping, a 9 km da entrada, é a Casa Queimada, distante 4,5 km do pico da Bandeira.

E há os visitantes que optam por caminhar de um Estado a outro, por dentro do parque. Desde a Tronqueira até a Casa Queimada, trilhas que ligam o pico da Bandeira de um lado a outro somam 11,4 km e levam de oito a nove horas para serem vencidas.

Léa Cristina - Agência O Globo

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