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Final feliz: Professor Antônio conta como sobreviveu perdido no Parque do Caparaó

13/07/2017 - Atualizado em 14/07/2017 14h29

IBITIRAMA (ES) - Após quatro dias de buscas, foi encontrado nesta quinta-feira (13) o professor manhuaçuense Antônio Teodoro Dutra Júnior, 43 anos, conhecido como "Rosca", que desapareceu no último sábado (8), no Pico da Bandeira, em Dores do Rio Preto (ES).  VEJA A ENTREVISTA EM VÍDEO ABAIXO

Segundo informações dos bombeiros que estavam nas buscas, ele foi encontrado por volta das 12h40.0 professor estava na área capixaba do Pico, perto do Tecno Truta, um restaurante em Ibitirama.  

Ele foi encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de Guacuí, onde permanece internado em observação e realizando hidratação.  Ao Aquinoticias.com, ele queixou-se apenas de algumas dores no corpo, especialmente no pé direito. Um raio-x foi realizado, mas não detectou fratura ou luxação.

Lúcido, o professor relatou o sufoco que passou enquanto estava perdido. "Olhei pra trás e vi três anjos: um rapaz do ICMBio, um bombeiro e outra pessoa. Se fossem três mulheres, dava um beijo na boca de cada uma delas", disse sobre o momento em que foi encontrado, já um pouco mais relaxado.

De acordo com um dos bombeiros que acompanhou o resgate, o professor explicou que se perdeu do grupo depois que esperou para ver o nascer do sol, prática comum de quem visita o local. Porém, por ter ficado mais tempo contemplando a natureza acabou se distraindo e na descida não avistou o grupo. Imaginei: "Era só seguir a trilha depois", afirmou.

Entretanto, quando estava em um dos platôs mais próximos do cume, uma forte neblina tomou conta do ambiente e ele perdeu o rumo da trilha. Foi para um lado e tinha despenhadeiro. Do outro, também. Até que, em certo momento, enquanto tateava pela névoa e pelo frio, percebeu o Rio Calçado. Descendo pelo curso do rio, imaginou que conseguiria alcançar alguma parte mais baixa do Parque Nacional do Caparaó.

'Foi o meu erro', disse, assumindo que o correto era ter subido novamente para esperar o socorro.

Ele seguiu, então, caminhando por dentro do rio, uma vez que não tinha equipamentos para abrir trilha na mata fechada das margens. Durante o tempo perdido, ele se alimentou apenas de uma barra de chocolate meio amargo que havia levado para a escalada.

Na última noite em que passou no pico, já exausto, parou para descansar em uma pedra. Sentindo-se esmorecer, decidiu continuar em frente. "Eu tinha que levantar. Estava na minha última energia".

Próximo à rocha, porém, ele acabou deixando um par de meias e o pacote do chocolate que havia consumido, e o cão farejador sentiu o sinal deixado pelo professor. Seguindo as marcas de Antônio, a equipe de resgate encontrou-o no rio.

No hospital, Antônio agradeceu a Deus, à família, aos amigos e todos os que se empenharam na sua busca e oraram por ele. E se desculpou pelo transtorno causado. "Tem coisas que a gente consegue fazer. Outras, não".

Com informações do Aqui Notícias

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