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Manhuaçuenses na Conferência Estadual de Saúde da Mulher

14/07/2017 - Atualizado em 15/07/2017 09h41

BELO HORIZONTE (MG) - Quatro representantes de Manhuaçu participaram da 1ª Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG). Participaram Carla Queiroz, Sulamita Heringer, Carmem Lúcia e Viviane Carmo. O evento teve como objetivo propor diretrizes para a Política Estadual e Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos meses de maio e junho, gestoras, gestores, profissionais de saúde, além de usuárias e usuários do SUS de todo o Estado se reuniram nas Conferências Municipais de Saúde e também nas plenárias de movimentos populares e sociais organizadas pelo CES-MG.

Nesses encontros, propostas as mais diversas foram elaboradas pelas delegadas e delegados para serem trazidas para discussão na Conferência Estadual. Para tanto, delegadas e delegados foram eleitos por seus pares para os representarem a nível estadual.

No início desta semana, no Minascentro, em Belo Horizonte, 950 pessoas –  70% dessas, mulheres – se reuniram novamente para discutir as propostas formuladas nos municípios. Nos quatro grupos de trabalho, um relatório de cada eixo temático foi apresentado e levado para a Plenária Final.

Além da participação no evento estadual, Carla Queiroz, Sulamita Heringer e Carmem Lúcia foram eleitas delegadas para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres ocorre em Brasília-DF,  entre os dias 17 e 20 de agosto.

VULNERABILIDADE E INVISIBILIDADE

Na Conferência de Saúde das Mulheres, o contexto se amplia para valer a trajetória de conquistas e, ao mesmo tempo, para a construção de políticas públicas que realmente expressem as necessidades da população feminina, respeitando sua autonomia em todas as dimensões e situações de vida.

As mulheres ainda sofrem com a violência de gênero (sexual ou doméstica, na maioria dos casos), com o risco de contraírem doenças e infecções sexualmente transmissíveis, com a criminalização do aborto, com os transtornos mentais, uso abusivo de drogas e álcool entre tantos outros casos e consequências sociais que incidem e são indicadores das políticas de saúde. Índices nacionais mostram que 18% da população de rua é feminina; no campo, esse número chega a 48%. Em 2012, o Sistema de Informação da Mortalidade apontava que 60% das mortes maternas eram de negras. E 90% desses casos poderiam ser evitados com ações concretas na saúde pública.

Não se pode deixar de considerar também a realidade nas organizações de trabalho, sejam urbanas ou rurais, que acarretam significativas consequências na vida das mulheres que acumulam jornadas extensas e comprometem sua saúde cotidianamente. Em dez anos, a participação das mulheres com idade ativa no mercado de trabalho cresceu de 50% (2000) para 55% (2010), enquanto a participação masculina caiu de 80 para 76% no mesmo período (IBGE/SPM/MD). As atuais condições de trabalho propiciam problemas como lesões por esforço repetitivo (LER), depressões e outros distúrbios e transtornos mentais, perda auditiva, partos prematuros, doenças cardíacas, alcoolismo e dependência química, entre outros que precisam ter atenção especial nos programas de saúde pública.

Quando se fala em saúde das mulheres, nos índices e números relacionados, percebe-se que ainda há muito o que se fazer, planejar e executar nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Uma conferência de saúde é o momento não só democrático, mas também de resistência nesse contexto de constantes ameaças ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Carlos Henrique Cruz - com informações da Agência Minas

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