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Viagem à origem apresenta cafés das Matas de Minas

07/11/2017 - Atualizado em 08/11/2017 10h26

REGIÃO DAS MATAS DE MINAS (MG) - Torrefadores, compradores e entidades internacionais de qualidade de café estiveram visitando propriedades produtoras da Região das Matas de Minas neste final de semana. A chamada Viagem à Origem trouxe à região profissionais interessados em conhecer o modo de produção do café de alta qualidade.

A qualidade do café das Matas de Minas tem cada vez conquistando prêmios e o mercado internacional. Fruto de um trabalho realizado com muita paciência, dedicação e principalmente parcerias fortalecido com a criação do Conselho das Matas de Minas, há cerca de 6 anos.

Na semana passada, na Semana Internacional do Café, a Região das Matas de Minas teve um destaque especial, conquistando os principais prêmios do concurso Coffee of The Year 2017 (Café do Ano) e sendo também a maioria dos classificados entre os 10 melhores, despertando o interesse de compradores do mundo inteiro.

Entre os dias 28 e 30 de outubro, o Conselho das Matas de Minas recebeu a primeira missão internacional do café. Durante três dias, representantes de torrefadores, compradores e entidades internacionais de qualidade de café, entre elas o diretor executivo da SCAA (Specialty Coffee Association of America - Associação Americana de Café Especiais, na sigla em inglês), David Veal, umas das mais conceituadas entidades de qualidade de café do mundo.

A visita teve início na manhã de sábado, após desembarcarem no aeroporto de Santo Amaro de Minas. A comitiva seguiu para Manhumirim, onde conheceu a história do casal Simone e Sergio Cotrin D’Alessandro. A exemplo da maioria das propriedades da região, a produção de café é passada de pai para filho e a própria família toca os negócios.

“Neste primeiro momento, nós apresentamos um pouco das características da região, como clima, relevo, altitudes variadas, fatores que influenciam na qualidade da produção e também um pouco da nossa trajetória, como o café entrou na nossa vida, como trabalhávamos no início dos tempos com nossos pais, nossos avós e como trabalhamos hoje, sempre prezando por uma produção sustentável, em harmonia com o meio ambiente”, disse Sergio D’Alessandro.

No campo, o grupo conheceu como é feita a colheita, o processo de secagem e armazenamento. “A nossa maior preocupação durante a produção do café é manter a qualidade que o fruto nos oferece quando é colhido e evitar que essa qualidade se perca durante o processamento do café, por isso um cuidado especial, que exige dedicação e muito amor, não pode ser feito de qualquer jeito”, ressalta D´Alessandro.

Eles estiveram numa lavoura a 883 metros de altitude e se encantaram pelo visual, a paisagem com a serra do Caparaó ao fundo aos pés de um Jequitibá centenário. A comitiva viu de perto que homem e meio ambiente podem conviver em harmonia.

Josiana Bernardes, integrante da SCAA, classificou a visita como uma experiência única na vida destas pessoas. “Eu sou suspeita de falar, pois sou apaixonada pelas Matas de Minas, apesar de passar a maior parte do meu tempo fora do país e estar aqui com este grupo de pessoas importantes no meio cafeeiro, para mim é muito prazeroso, poder mostrar pra eles como a região é bonita. Esta harmonia das lavouras com meio ambiente é fantástica. O mercado internacional cobra isso, produzir sem degradar o meio ambiente e poder presenciar isso, ver o cafezal em flor, para eles é uma experiência única”, enaltece Josiana.

Após um café da tarde aos pé do Jequitibá, o grupo retornou à sede da fazenda e seguiu para Alto Caparaó, onde finalizaram a programação do dia conhecendo o projeto do Conselho das Matas de Minas, seus ideias e conceitos, o apoio de entidades como as cooperativas e o Sebrae Minas.

No domingo as atividades tiveram início em Palmeirinhas, zona rural de Manhuaçu, onde a comitiva fez uma visita à propriedade do cafeicultor Ercilei José de Oliveira, o vencedor da 3ª edição do Concurso do Melhor Café Fairtrade do Brasil, conhecendo como é o manejo do café numa pequena propriedade de agricultura familiar.

Na parte da tarde, as atenções voltaram-se para a produção de café numa grande propriedade. O grupo seguiu para as Fazendas Dutra, dos irmãos Dutra, em São João do Manhuaçu, com o foco voltado para a produção cafeeira e a sustentabilidade.

Para David Veal, executivo da SCA, o momento foi uma experiência única e leva para os compradores internacionais, “outra visão do café do Brasil, muito diferente do que se pensava lá fora, por isso destaca a importância de promover outros encontros como este”.

A programação se encerrou na manhã de segunda-feira, 30, com um cupping (degustação de cafés) na sede do Instituto Federal Sudeste de Minas - em Realeza, distrito de Manhuaçu.

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