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A importância do Sistema Braille

06/01/2018 - Atualizado em 07/01/2018 11h40

MANHUMIRIM (MG) - Comemora-se em 04 janeiro o Dia Mundial do Braille, data que assinala o nascimento de Loius Braille, o criador do sistema de leitura e de escrita Braille, que permite através do toque facilitar a vida das pessoas cegas e a sua integração na sociedade. Louis Braille ficou cegou aos 3 anos de idade e aos 20 anos conseguiu formar um alfabeto com diferentes combinações de 1 a 6 pontos que se alastrou pelo mundo e que ainda hoje é usado como forma oficial de escrita e de leitura das pessoas cegas.

Livros, folhetos, medicamentos, cds, dvds, são alguns exemplos de produtos com impressão em Braille para facilitar a percepção do conteúdo.

Segundo a manhumiriense Fernanda Acácia, especialista no ensino para deficiente e professora de Braille, O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo. “A escrita em braile é resultante da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo. Já pessoas com baixa visão usam outros recursos como o aumento das letras e lentes que auxiliam na visão”, explica.

O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), que perdeu a visão aos 3 anos e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave, resultando em cegueira nos dois olhos.

O Brasil conhece o sistema desde 1854, data da inauguração do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, chamado, à época, Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Fundado por D. Pedro II, o instituto já tinha como missão a educação e profissionalização das pessoas com deficiência visual. "O Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotar o sistema, trazido por José Álvares de Azevedo, jovem cego que teve contato com o Braille em Paris", conta a pedagoga.

A falta de informação é ainda o principal problema em relação ao Braille. "Muitos professores acham que é simples ensinar o Braille a um aluno cego. No entanto, a alfabetização com esse sistema tem suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda", explica a especialista.

Outro ponto importante na alfabetização e comunicação do cego é o apoio e aceitação da família. “A família é a base de tudo e o apoio da família no desenvolvimento de uma pessoa cega, seja ela adulto ou criança e da mesma forma é a aceitação da família em ter um membro na condição de deficiente e esta aceitação tem que partir primeiramente dos próprios familiares”, ressalta Fernanda.

Além das Apaes, algumas escolas de Manhuaçu e principalmente de Manhumirim desenvolvem um trabalho de inclusão muito importante. “A inclusão de alunos excepcionais na escola regular já é uma realidade é muito importante que tanto a escola como os profissionais se adaptem a estes alunos e não os alunos se adaptem à escola”, completa.

Hoje institutos como o Benjamin Constant, o Dorina Nowill e muitos outros pelo país oferecem programas de capacitação em Braille e dispõem de vasto material sobre o assunto.

Jailton Pereira - jailton@portalcaparao.com.br

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