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Economia

Simpósio de Cafeicultura será no dia 21 de março em Manhuaçu

05/02/2007 - Atualizado em 14/02/2007 07h53
As montanhas de Minas caracterizaram-se, ao longo de sua história na cafeicultura, pela fama de serem grandes produtoras de café de baixa qualidade, fato que prejudicou, de forma significativa, a renda do setor. Nos últimos dez anos, o café da região mudou sua fama.

 

A qualidade passou a ser referência principal e hoje os cafés das Matas de Minas são respeitados. Atualmente vivencia-se uma fase em que o produto está sendo mapeado e certificado. É o momento em que os grãos vão ser atestados por suas qualidade e características singulares. Essa será a tônica do 11º Simpósio sobre Cafeicultura de Montanha, marcado para os dias 21 a 23 de março, no Espaço Cultural da Fumaph, com apoio da Prefeitura de Manhuaçu, Associação de Cafés Especiais, Sebrae-MG e Ministério da Agricultura.

Com o advento do Simpósio, há dez anos, ações foram implementadas, surgiram outras iniciativas e atividades no setor, em parceria com diversas entidades ligadas ao desenvolvimento rural e à cafeicultura. Os avanços são visíveis e mostrados nos maiores concursos de qualidade de café do Brasil.

As informações sobre aspectos da tecnologia, produtividade e mercados foram trazidas ao cafeicultor, possibilitando a mudança do perfil da maioria dos produtores. Isso tudo incluiu as montanhas de Minas no seleto grupo dos produtores de café de qualidade.  Hoje, projetos importantes são desenvolvidos visando avaliar as condições de produção para o processo de certificação, ao mesmo tempo em que um levantamento sensorial busca rastrear as características únicas de sabor e aroma dos grãos produzidos na região do Caparaó mineiro.

Ao chegar à décima-primeira edição, o evento está consolidado e mantém as palestras e todas as novidades do setor. “Cafeicultores terão a oportunidade de conhecer experiências de outros produtores e trocar informações com os mais diversos segmentos do agronegócio café de Minas e do País. Estamos desde novembro preparando o evento. Eu acredito que será ainda melhor que a edição do ano passado”, prevê o presidente da Associação Comercial de Manhuaçu, André Farrath, ao lembrar o sucesso dos dez anos do evento.

FAMILIAR E DE QUALIDADE

Há mais 160 anos, a região de montanhas mineiras abriga uma próspera cafeicultura, calcada na economia familiar, presente em mais de cinco mil propriedades.  São cerca de seis milhões de reais comercializados nas praças da região.

Essas características sempre marcaram o setor, mas foi justamente com a mudança de foco e a chegada das novas gerações, impulsionadas pelos filhos dos cafeicultores, que o setor atravessou sua principal mudança cultural.

Num mercado que alterna momentos de euforia e apreensão, o grande desafio para os cafeicultores tem sido manter a qualidade e encontrar o equilíbrio na manutenção de suas lavouras. “O grande diferencial é que a região de Manhuaçu agora busca é agregar valor ao seu café. A maior demonstração é o reconhecimento obtido em concursos nacionais e internacionais de qualidade, mas que agora poderá ser atestado com base nas características locais. Isso consolida a idéia de mostrar que o café originado aqui tem qualidade superior em vários aspectos”, considera o coordenador geral do simpósio, Antônio Carlos Xavier da Gama.

Um dos fatores responsáveis por essa mudança é o acesso ao conhecimento. Os cafeicultores do leste mineiro e da região serrana do Espírito Santo uniram tradição e tecnologia. Na última década, mais de dez mil produtores, técnicos e engenheiros agrônomos se reuniram em Manhuaçu (MG) em simpósios anuais sobre café e no Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras.

O Simpósio contará com mais de 25 expositores, renomados palestrantes e autoridades do setor. Cerca de 1.200 produtores, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e estudantes são esperados nos três dias de atividades.

Carlos Henrique Cruz - 05/02/07 - 22:31

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