Bispo Diocesano Dom Emanuel Messias |
A renúncia do Papa Bento XVI surpreendeu católicos do mundo inteiro e repercutiu na imprensa mundial. Bento XVI, de 85 anos, anunciou que deixa o posto de líder mundial da Igreja Católica em 28 de fevereiro. Em carta, Bento XVI justificou que a renúncia se deve à idade avançada e à “falta de forças”, o que lhe impede de exercer adequadamente o ministério.
Para o Bispo da Diocese de Caratinga, Dom Emanuel Messias de Oliveira, a decisão do Papa alemão foi um ato de serenidade e sabedoria. “Carregado de responsabilidade e muito amor à igreja. Vejo que com a lucidez do Papa Bento XVI, ele percebeu que em razão das suas forças físicas a igreja precisaria de alguém mais forte e robusto nesse ponto para poder dirigir a Barca de Pedro. Então, percebo que o gesto dele foi de muita coragem, de muita lucidez, é um gênio teológico, sabe o está fazendo, e planejou isso com muita calma e tranquilidade. Foi um gesto bonito que ele fez, naturalmente, um gesto quase que inédito, pois, só seis papas renunciaram até hoje nesses dois mil anos de história”, relatou Dom Emanuel.
O teólogo alemão exerce o papado desde 2005. O último compromisso do Papa Bento XVI vai ser no dia 27 de fevereiro, uma quarta-feira. Será uma audiência pública para se despedir dos fiéis na Praça São Pedro. Depois, o Papa vai para a residência de verão. Ele deve ficar por lá durante um mês, até o fim da reforma no apartamento onde vai morar, que fica em uma ala separada no Vaticano.
No dia 28 de fevereiro, o anel do pescador usado por Bento XVI será destruído. O símbolo do poder vai ser esmagado, e com o ouro fundido será fabricado o anel do sucessor. O anúncio da renúncia do Papa levantou vários questionamentos, dentre eles, se há uma lei que prevê que um Papa pode renunciar ao cargo. “O Código de Direito Canônico, que é o código que contém todas as leis que governam a igreja, prevê essa renúncia do papa, que tem que ser por inteira liberdade, com plena consciência, não pode ser forçado por ninguém”, explicou o Bispo da Diocese de Caratinga.
O Bispo Dom Emanuel explica que tudo já está sendo preparado para a escolha do novo Papa: “É um processo que pode ser rápido ou demorado. Como nós temos 117 cardeais votantes, pode haver uma dispersão dos votos. Naturalmente, antes do conclave, há uma política de quem pode ser e quem não pode ser. É uma votação muita séria, os cardeais fazem a contagem dos votos e, se houver dois terços de votos, o papa é eleito. Daí, ele é comunicado pelo Cardeal Decano, é perguntado se ele aceita, e, se falar aceita, então, se solta uma fumaça branca. Caso não tenha votação suficiente, então, eles colocam um material químico que produz uma fumaça preta. Então, os fiéis ficam de olho em uma chaminé, se sair a fumaça branca, é porque já temos um novo papa”.
Segundo noticiários, outro motivo que pode ser atribuído à renúncia de Bento XVI e que gerou polêmica, é que o Papa estaria renunciando para “evitar responsabilidades”. Já que Bento XVI enfrentou, por exemplo, o escândalo do vazamento de documentos secretos denunciando corrupção nos negócios do Vaticano. Além dos casos de pedofilia, que envolveram padres do mundo todo.
Assim como o jornal do Vaticano, Dom Emanuel acredita que Bento XVI não está fugindo de intrigas.
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