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"Laranjas" no comércio de café se beneficiaram com a morte

14/12/2007 - Atualizado em 14/12/2007 16h25

O advogado Reinaldo Magalhães diz que muita gente lucrou com a morte de Rogério Gonçalves. Segundo Magalhães, na sexta-feira, dia do sepultamento, articularam tudo. No sábado, colocaram carretas transportando o café de Martins Soares para um armazém na zona rural de Manhuaçu. “Assaltaram a conta e receberam os 130 mil reais do dinheiro que ele tinha para receber aqui”, afirmou.

“Hoje eu digo que quem perdeu foi a família do Rogério, os pais, a esposa e os dois filhos menores. Mais de 40 a 50 pessoas ganharam com a morte dele. Tem uma laranjada nesse ramo de café que parece que vai ser feita uma exportação de laranja. Há crime de sonegação fiscal e o crime de homicídio. Isso não pode cair no esquecimento”.

Ele afirma que toda a movimentação foi feita utilizando contas de laranjas para não aparecerem os verdadeiros beneficiados e interessados nos negócios. “Uma pessoa vendeu 1.500 sacas de café de primeira qualidade para uma firma de Manhumirim. Os 365 mil reais vieram para conta de um laranja aqui em Manhuaçu e daí saíram dividindo em contas: 30 mil numa conta, 20 mil em outra, 20 mil para um advogado que não agiu em nada. Fizeram uma partilha”.

Segundo Reinaldo, pessoas que estavam devendo bancos, de repente passaram a aparecer com dinheiro. “As pessoas agiram já sabendo que a polícia não iria apurar”.

PERSEGUIÇÃO

Em nome da família, o advogado ainda mostrou outros pontos que precisam ser revistos e descartam a hipótese de suicídio. “Trinta dias antes de aparecer morto, reclamou com pessoas ligadas a ele que estava se sentido ameaçado e era seguido por um carro grande, tipo um Del Rey, nas estradas de Martins Soares, Manhumirim e até Manhuaçu”.

Cerca de quinze dias antes do crime, o mesmo carro teria fechado o veículo de Rogério perto de Reduto. Segundo o advogado, quase que ele foi parar debaixo de uma carreta.

“Ele relatou isso a um pedreiro que trabalhava na casa dele. Falou que estava com medo de andar sozinho e pediu ao pedreiro que trabalhasse com ele como segurança, assim que acabasse a obra”.

Três dias antes do crime, o pedreiro foi com Rogério até Manhumirim, comprou uma arma de fogo, no centro daquela cidade, e comprou uma caixa de balas e disse: “Quando estiver sozinho, pelo menos vai estar armado”.

A arma não foi encontrada e nem mesmo a pessoa que vendeu. Outra falha que o delegado aponta é que não houve laudo de necropsia. “Se ele deu um tiro em si, era preciso que tirassem a bala e confirmassem se ela realmente saiu da arma. Isso não aconteceu”.   ADVOGADO DIZ QUE COMERCIANTE NÃO SE MATOU    Carlos Henrique Cruz - 14/12/07 - 16:13 - portalcaparao@gmail.com 

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