MATIPÓ (MG) - O caso de uma família que passa por dificuldades para cuidar de três filhos que sofrem de distúrbios mentais é em Matipó. O primeiro pedido de ajuda veio do tio, o senhor Antônio Ivandir Brandão, que procurou a secretaria de saúde do município e relatou que os jovens vivem em situação precária, sem roupas adequadas, alimentação sadia e os cuidados necessários.
Os pais João, José e Aparecida criam, com dificuldades, cinco filhos. Os três que apresentam transtornos mentais precisam de maior atenção e mãe Lenir de Souza Brandão destaca que entrou em depressão por não saber como lidar com a situação dos filhos e pela falta de estrutura para dar uma vida melhor a eles. O pai, José Evandro, relata que os filhos não conseguem fazer nada sozinhos. “Nem ir ao banheiro, não sabem fazer nada”.
De acordo com os pais, dois filhos apresentam um comportamento considerado como mais grave. Os adultos se comportam como crianças. Diante do cenário de dificuldades, os pais mantém os filhos trancados dentro do quarto ou no porão da casa. “Se eles ficarem aqui eles quebram tudo”, relatou o pai, ressaltando que precisam ficar o tempo todo atentos quando os jovens estão soltos pela casa. A mãe admite que sofre ao ver a cena: “´fico triste demais de deixar eles presos lá, porque é um ser humano, né?! Viver preso igual um animal?”
A família enfrenta dificuldades financeiras, a situação da casa é precária. Os filhos precisam de roupas, cobertores e alimentos. Os vizinhos ajudam com a doação de cesta básica. O caso já é de conhecimento da assistência social do município de Matipó. A família recebe um salário mínimo para cada filho com transtorno mental. Mas segundo a mãe Denir, também existem problemas no ambiente familiar, informando que o dinheiro é recebido pelo marido que sai de casa e não tem hora para voltar, além de ser vítima de ameaças constantemente.
A assistente social do município, Sueli da Silva Freitas, destacou que a Prefeitura encontra dificuldades em oferecer tratamento aos jovens, um empecilho que parte da própria família. A cidade de Matipó não oferece um espaço apropriado para o tratamento dos jovens, o caso está sendo acompanhado pela Justiça e pelo Ministério Público de Abre Campo.
Jailton Pereira e TV Alterosa - portalcaparao@gmail.com