Esta semana a administração de Manhuaçu recebeu outra surpresa desagradável. Mais 70 mil reais foram seqüestrados das contas do Município por conta de um precatório. A dívida vem sendo executada por causa do precatório da firma Arte Lage Materiais de Construção. No período final do mandato do ex-prefeito Eduardo Xavier, em 1992, a administração da época foi acusada de comprar uma série de materiais de construção da empresa e não quitar. Como não pagou, o caso foi para a Justiça, que determinou o recebimento desse novo precatório.
Em agosto do ano passado, o Tribunal de Justiça bloqueou 400 mil reais por conta desse mesmo precatório, mas o valor pode chegar a quatro vezes essa quantia. O novo seqüestro de recursos atingiu em cheio a administração municipal.
A notificação foi feita pela Justiça ao Prefeito Municipal e aos bancos onde a prefeitura tem contas para retirar os 70 mil reais. O grande problema é que o problema foi gerado no início da década de 90 e agora o Município é penalizado.
O precatório é questionado pelo Prefeito Sérgio Breder: “Esse material de construção adquirido naquela época foi para o ex-prefeito Eduardo Xavier utilizar na campanha do sucessor dele. A prefeitura não viu sequer um tijolo disso e não aceitamos esse valor”.
Ele argumenta que esses precatórios estão prejudicando os planos do governo de atendimento às carências da população: “Pode não parecer, mas toda vez que retiram recursos do nosso caixa, sofremos um impacto grande no nosso planejamento. 70 mil reais faz uma grande diferença numa prefeitura como a nossa”, afirmou.
CAIXA EM DIA
É a terceira vez que a prefeitura tem seus recursos bloqueados e seqüestrados nos últimos dois anos. O total quase um milhão de reais já foi seqüestrado.
Apesar de demonstrar tranqüilidade, o prefeito admitiu que isso abala a administração: “Isso complica qualquer prefeitura, mas é nessa hora que o prefeito tem que manter o equilíbrio. Estamos sendo penalizados pelos erros das administrações anteriores, como já fomos também com dívidas de mais de dois milhões de reais com o INSS e outros dois milhões com o FGTS, os outros dois precatórios e agora esse. Tudo isso é parte da herança perversa que recebemos, mas temos que ter a disposição de vencer esses obstáculos”.
Carlos Henrique Cruz - 08:28 - 28/03/07