Nesse horário, segundo o delegado Marcelo Aguiar, de Muriaé, responsável pelo caso, o caminhoneiro chamou a companheira e o comerciante para esclarecer sua suspeita de traição. Meirelane confirmou ao policial, em depoimento prestado domingo, que moradores da cidade faziam comentários sobre ela e o comerciante, mas garantiu que não traía o marido. Ela teria dito a mesma coisa a Custódio. Mesmo assim, o caminhoneiro decidiu levar a mulher e o comerciante a um motel, às margens da BR-116.
Houve discussão no quarto e o caminhoneiro, irritado, aplicou vários golpes de canivete no comerciante. A mulher foi ferida nas pernas e braços. Custódio estava armado com uma pistola, mas não disparou nenhum tiro. O delegado acredita que o assassino também tinha a intenção de matar a companheira e só não fez isso porque sofreu um infarto. Meirelane não acredita que o pai de seus dois filhos quisesse matá-la.
“A mulher acredita que não seria morta, mas tudo indica que o marido também pretendia matá-la”, reforçou o delegado, que liberou Meirelane depois de interrogá-la. “Não temos nada que comprove que ela tenha feito alguma coisa”, acrescentou. Ele revelou que o crime abalou os moradores de Muriaé – cidade com mais de 80 mil habitantes –, que fechou 2007 com 25 assassinatos. A última morte na cidade tinha ocorrido em setembro do ano passado.
A PM e o Cobom foram acionados às 9h40 e encontraram Meirelane na garagem do estabelecimento, desesperada. Chocada, gritava por socorro. Ao entrarem no quarto, militares dos bombeiros encontraram os dois corpos na cama e o lençol ensangüentado. Nas mãos do caminhoneiro, a pistola e o canivete. Pedro Ferreira - Estado de Minas - 07/01/08 - 08:17 - portalcaparao@gmail.com