Apesar do Governo de Minas divulgar a necessidade de vacinação, Emilce Estanislau explica que a cidade não corre o risco de um surto da doença. Os técnicos da Secretaria Municipal de Saúde garantem que cobertura vacinal na cidade é boa e não há necessidade de uma campanha de vacinação contra a febre amarela. “A cidade não registra casos de febre amarela há vários anos e, mesmo assim, os que foram registrados são de pessoas contaminadas em outros estados e que vieram para Manhuaçu, mas isso tem muito tempo”, afirma Emilce.
Endemia são doenças localizadas em um espaço limitado denominado “faixa endêmica”. Isso quer dizer que endemia é uma doença que se manifesta apenas numa determinada região, de causa local. No caso do Brasil, na região onde existem florestas habitadas por macacos.
A última campanha realizada para a imunização contra a doença na cidade aconteceu em 2001 e atingiu mais de 26 mil pessoas. Daí em diante, a vacinação se tornou rotina, mas nunca uma preocupação. “Para uma população como a de Manhuaçu e tendo em vista não termos o histórico dessa doença na região, nós temos uma boa cobertura e não há motivos para alarde”, tranquilizou.
Emilce Estanislau esclarece ainda que algumas pessoas estão procurando as salas de vacinação sem necessidade, pois tomaram outra dose da vacina há menos de dez anos. “Isso não é recomendável e pode trazer efeitos indesejáveis”, alerta.
A recomendação dos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde é de que somente pessoas que nunca tomaram a vacina ou que tomaram há mais de 10 anos (validade da imunização), principalmente, se estiverem de viagem marcada para áreas de mata de estados da região Norte e Centro-Oeste, procurem uma das salas de vacinação mantidas em PSF’s e unidades da rede municipal de saúde. A vacina deve ser tomada dez dias antes da viagem.
“A nossa intenção é manter a febre amarela longe de Manhuaçu. As pessoas devem ficar tranqüilas porque as vacinas estão disponíveis, contudo pedimos que observem com atenção se não tomaram a vacina em 2001”, reforçou Emilce Estanislau.
DENGUE E FEBRE AMARELA
Febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus chamado flavivírus, encontrado em macacos que habitam florestas tropicais. Existem dois tipos da doença: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus; e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue.
“Nossa preocupação é que somos área endêmica da dengue e aí sim temos que combater o mosquito. Sabemos que teremos casos de dengue este ano, bem menos do que em 2007, mas é aí que entra a nossa preocupação. As pessoas precisam ajudar a eliminar os focos do mosquito da dengue, que também transmite a febre amarela urbana”, afirma.
A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou um macaco infectado (o que normalmente ocorre em regiões de floresta e cerrado), e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado à vacina.
SINTOMAS
Os principais sintomas da doença são: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia que aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação).
Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos sintomas já citados, sintomas graves como icterícia (pele amarela), hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas.
Emilce Estanislau explica que a preocupação com Manhuaçu é justamente em eliminar o mosquito Aedes Aegypti. “Temos um perigo que são os viajantes, principalmente em ônibus que vêm do norte e do centro-oeste e passam pelas rodovias da região, que podem trazer a doença, contudo se eliminarmos o mosquito não teremos nem dengue e nem febre amarela”, orientou.
Carlos Henrique Cruz - 17/01/08 - 14:38 - portalcaparao@gmail.com