Dentro de 60 dias, as pessoas que trabalham como carcereiros nas 264 cadeias públicas de Minas Gerais (quase 93% nos municípios do interior) perderão seus postos. Eles serão substituídos por mil agentes penitenciários contratados para atuar na vigília das unidades prisionais. O processo de inscrição dos interessados foi aberto esta semana na Regional de Manhuaçu. A Polícia Civil vai destacar agentes para as cadeias de Manhumirim, Lajinha, Abre Campo, Mutum e Manhuaçu.
A medida faz parte de um pacote anunciado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que agora está assumindo os problemas existentes nas cadeias junto com a Polícia Civil, que é o órgão responsável por elas. O custo da emergência será de R$ 20 milhões. Serão substituídos aqueles que exercem a função sem treinamento específico e fazem parte de algum tipo de convênio.
REGIONAL DE MANHUAÇU
A Polícia Civil em Manhuaçu já começou a divulgar o processo de inscrições. Os interessados devem ter entre 21 e 40 anos, possuir segundo grau completo e não podem ter antecedentes criminais.
O processo é bastante simples. O candidato, morador da cidade ou com disponibilidade para morar no município da cadeia em que pretende trabalhar, deve apresentar um currículo com dados pessoais, formação escolar e dados profissionais, além de cópia de CPF e Identidade.
“Basta que a pessoa procure a Delegacia em Manhuaçu ou nas outras cinco cidades que têm cadeia e se inscrever. O processo vai até o dia 21 de fevereiro”, afirma Lidiane Santiago, responsável pelas inscrições na Delegacia Regional.
A remuneração é de R$ 1.277,00 e a carga horária é em escalas de 12 horas de trabalho por 36 de descanso.
O processo seletivo será realizado em Belo Horizonte e é composto apenas de uma avaliação psicológica. Os aprovados passarão por um curso de formação antes de assumir as funções nas cadeias.
FUNCIONÁRIOS CEDIDOS
O plano foi uma resposta à morte de oito presos por causa de um incêndio dentro da cadeia de Rio Piracicaba, na região Central de Minas. De acordo com o laudo, o fogo foi provocado pelos próprios presos, mortos por asfixia.
A pessoa que exercia a função de carcereiro da cadeia é um funcionário da prefeitura que trabalhava na prisão por meio de um convênio. No momento do incêndio, ele tinha ido para a casa com as chaves das celas, o que dificultou o salvamento. A história de Rio Piracicaba é bastante comum nas cadeias, principalmente em cidades pequenas.
Carlos Henrique Cruz - 06/02/08 - 21:49 - portalcaparao@gmail.com