Ameaças de morte, telefonemas intimidadores e desafios aos fiscais. Essa é a rotina vivenciada nos últimos dias pelos fiscais da Associação de Engenheiros e Arquitetos (AEA) em Manhuaçu. Desde que os funcionários fiscalizaram a construção de um prédio irregular e a obra foi embargada, começaram a surgir ameaças. Segundo a denúncia, o Presidente Djalma dos Santos Neiva e o seu colega Eduardo Leitão estariam na mira de um matador contratado.
Assustados com o detalhamento da denúncia encaminhada ao CREA/AEA, Djalma e Eduardo já buscaram a Polícia Civil e o Ministério Público. “Fizemos uma representação e pedimos que o caso seja investigado a fundo. Se for preciso vamos acionar a Polícia Federal e até a Interpol”, afirma Djalma Neiva. O motivo de tanto cuidado é a origem das ameaças: uma pessoa que atualmente mora na Inglaterra.
Com problemas na cidade, essa pessoa teve sua obra embargada há pouco tempo. “Para se ter uma idéia, de mais de mil obras fiscalizadas apenas oito estavam irregulares e foram embargadas. Seis resolveram os problemas e pronto. Somente dois insistiram e fizeram ameaças”, explica Djalma. A suspeita é sobre esse rapaz que está na Inglaterra.
Segundo a AEA, a obra dele foi embargada até a resolução dos problemas constatados na vistoria do CREA/AEA. Desde o ano passado, a entidade auxilia a prefeitura na fiscalização de construções, loteamentos e obras na cidade.
LIGAÇÃO INTERNACIONAL
Djalma conta que na semana do embargo uma mulher ligou da Inglaterra para a AEA e afirmou que ele e Eduardo Leitão corriam perigo. “Ela disse que ouviu o dono da obra dizer que precisava de duas mil libras para terminar o pagamento de uma pessoa para matá-los”, relatou.
Na representação, os dois engenheiros apontam que é preciso buscar informações sobre quem recebeu dinheiro dessa pessoa. Eles decidiram divulgar as ameaças e pedir providências das autoridades policiais.
Desde que a fiscalização começou, a AEA/CREA nunca aplicou uma multa sequer. “Todos que tiveram problemas, resolveram e continuaram suas obras. Somente esse caso é que estamos vendo uma pessoa insistir com ameaças para nos intimidar. Isso não funciona. Eu sou capaz de dar a minha vida para que esse trabalho se consolide”, afirmou o presidente.
Segundo ele, "a impunidade durou muitos anos. Agora, (a ameaça) é uma tentativa de desestabilizar o trabalho sério que estamos desenvolvendo".
O dirigente explicou que recebeu muito apoio da sociedade, da imprensa e da Polícia Civil e do Ministério Público. “É coisa séria e com seriedade está sendo tratada por todos. Seguramente essa ameaça é derivada das ações que temos promovido visando o bem-estar da população”, garantiu.
A história que relembra os velhos clássicos do faroeste mostra que enquanto a cidade avança na urbanização e na qualidade de vida, ainda existem pessoas que acham que podem tudo. Essa é a crise: Forma de fiscalizar moderna, avançada e eficaz e forma de pensar ultrapassada. Carlos Henrique Cruz - 27/02/08 - 07:33 - portalcaparao@gmail.com