Ele tem cd gospel, carta de recomendação e uma conversa muito boa. Chegou a pregar em igrejas de Ipanema, Santa Margarida, Realeza, Ponte Nova e Belo Horizonte, mas o “Pastor Leonildo Gonçalves de Souza”, 27 anos, só não tinha contado uma coisa: nunca foi pastor. Ele usava o título para receber ajuda dos fiéis nas cidades em que passava.
O conto do falso pastor foi descoberto na tarde de quinta-feira por uma equipe de Policiais Miltiares comandada pelo Tenente Adenilson.
Um pastor em Manhuaçu chamou a polícia porque foi procurado pelo Pastor Leonildo para que arrumasse dinheiro para retornar a Muriaé. Ele procurou o pastor alegando não ter documentos e dinheiro porque foi assaltado em Manhuaçu na quarta-feira.
A partir dessa informação, a polícia foi até o local. Os militares desconfiaram e fizeram contato com o Centro de Operações e os militares empenhados no serviço de patrulhamento na quarta-feira. Como não houve registro algum de assalto, Leonildo passou a dizer que procurou a polícia, mas não foi atendido na hora de registrar a ocorrência.
Ao ser colocado frente a frente aos militares que supostamente teriam deixado de atendê-lo, o falso pastor recuou, admitiu que estava mentindo e que não foi vítima de roubo.
Os policiais foram até o hotel em que ele estava hospedado. Foi encontrada uma bucha de maconha, uma “marica” para uso de crack, duas cartas de recomendação, possivelmente falsificadas, um CD com fotografia e nome dele na capa como “Pastor Leonildo“ e vários papéis com nomes e telefones de pessoas que provavelmente foram enganadas.
Leonildo afirmou que nunca foi pastor de igreja evangélica e que há algum tempo tem realizado pregações em diversas igrejas, com intuito de enganar e angariar dinheiro dos fiéis.
Para justificar a falta de documentos, ele tinha o costume de registrar ocorrências de perda de documentos pelas cidades onde passava.
Leonildo foi preso e conduzido para a delegacia com os materiais apreendidos.
DISCUSSÃO
Na terça-feira, Leonildo já havia figurado em ocorrência policial. Ele chamou a PM até o terminal rodoviário e contou que estava no primeiro piso, num dos bancos com outras pessoas, quando chegou o cozinheiro Velci dos Santos Neves, 35.
Ele alegou que o rapaz apareceu repentinamente e sem motivos começou a discutir, passando a lhe agredir com socos e chutes. O falso pastor falou que não conhecia Velci, que foi levado para a delegacia.
Carlos Henrique Cruz - 14/03/08 - 08:45 - portalcaparao@gmail.com