O impasse entre o Hospital César Leite e o Fundo Municipal de Saúde foi gerado por causa de uma nota fiscal e já está resolvido. A afirmação foi feita pelo Secretário de Saúde de Manhuaçu, Dr. Rogério Ferreira, em entrevista ao Programa Show da Manhã, da Rádio Manhuaçu.
Ele minimizou a questão ao citar que somente alguns médicos anestesistas deixaram de atender. Na semana passada, o Hospital César Leite divulgou que os profissionais essenciais às cirurgias estariam suspendendo as atividades até que fosse feito o pagamento dos honorários de fevereiro. A direção informou que o repasse era responsabilidade do SUS e não havia sido executado ainda.
Segundo o secretário municipal de Saúde, a demora foi em função da nota fiscal, mas ele admitiu que há outros pontos que precisam ser apurados. “O nosso auditor constatou coisas que não estavam dentro da nossa expectativa. O contrato tem duas partes. Eu pago, mas tenho que ter um serviço do jeito que está contratado”, salientou.
Rogério Ferreira lembrou que o serviço público não pode pagar sem nota fiscal e que eles só emitiram o documento na quarta-feira. Eles afirmou que o pagamento foi feito na quinta-feira.
Na entrevista, ele deixou claro que é preciso ampliar o número de cirurgias pelo SUS no Hospital César Leite. “A população, de um modo geral, sabe que as cirurgias eletivas estão se arrastando. O nosso índice de cirurgia eletiva está muito baixo dentro dos padrões do SUS”.
Ele ainda explicou que a auditoria alertou para outro fato: “O HCL tem um bloco cirúrgico todo reformado através de dinheiro do Pró-Hosp e existe um compromisso de usar prioritariamente para o Sistema Único de Saúde. Nós levantamos, através da auditoria, dados que comprovam que os doentes particulares também estão usando o bloco cirúrgico”.
PSF
Sobre o atendimento nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), Rogério Ferreira apresentou índices que mostram a redução acentuada da quantidade de internações no HCL por doenças preveníveis e a procura por atendimento no pronto socorro.
“As doenças preveníveis em menores de 15 anos ficaram abaixo de 50% em relação ao índice anterior. Tivemos menos 1.200 procuras ao mês no pronto-atendimento. Temos certeza de que estamos no caminho certo nessa atenção primária, mas a população tem que nos dar essa oportunidade de tentar corrigir as falhas que existem”, argumentou.
Outro tema controverso é a questão do novo Pronto Atendimento. A obra ao lado do Hospital César Leite é uma das mais esperadas, mas já virou uma novela.
Segundo o secretário, na quarta-feira, uma Comissão de Engenheiros do Departamento de Obras Públicas (DEOP) vai verificar o local e programar o inicio da obra.
Toda a obra já está licitada e a firma vai acompanhar a visita para que possa dar início aos procedimentos dessa obras. “Se Deus quiser”, admitiu o secretário em função da demora.
DENGUE
Com as notícias da epidemia de dengue que atinge o Rio de Janeiro, a existência de casos e surtos em cidades próximas e a facilidade de deslocamento da doença por causa das rodovias que cortam Manhuaçu, o secretário alertou a população para a necessidade de continuar as medidas preventivas.
De 2006 ao início de 2007, foram quase cem casos da doença em Manhuaçu. Depois, o quadro ficou mais tranqüilo e agora o SUS Manhuaçu está recebendo casos suspeitos de dengue novamente.
“Mais uma vez temos que trabalhar em conjunto para tentar debelar isso. Peço auxílio dos bairros Santa Terezinha e Sagrada Família, pois vieram mais notificações desses bairros. Saliento que são suspeitas e não há motivo para alarme, mas tempos que nos cuidar”, destacou.
Nas duas comunidades, profissionais estão aplicando inseticida e orientando os moradores.
Carlos Henrique Cruz - 24/03/08 - 21:08 - portalcaparao@gmail.com