“Quando o prefeito foi a minha casa e me contou que o Procurador dele, conhecido como Edinho, estava extorquindo dinheiro dos empresários e me pediu ajuda por que a Administração estava um caos, me ofereceu a procuradoria Jurídica do Município”, afirmou o advogado, que detalhou que a reunião durou mais de seis horas entre um período num restaurante e na casa dele.
Sobre o convite para a Procuradoria, Marco Antônio impôs condições e viu que não tinha jeito: “Eu disse que assumiria a procuradoria do Município, mas com três condições: A partir de então todos os procuradores iriam trabalhar juntos numa sala só. Eu quero todos juntos. Segundo: todos os procuradores trabalhando todo dia. Não quero advogado trabalhando terça e quinta e outro segunda e sexta. A lei diz que são quatro horas diárias. Terceiro: a partir de amanhã, o Edinho não se pronuncia mais em licitação. Ele passa a mexer com pessoal e o Dr. Vinícius cuida de Licitações”.
Segundo Sonsim, o prefeito chorava muito, mas disse que não podia tirar Edson da licitação. “Ele tentou me sensibilizar, mas não teve jeito”.
PROPINA
Marco Antônio Sonsim foi mais duro ao falar do pedido de propina e envolveu o deputado federal capixaba Lelo Coimbra. “Foi pedido sim propina a um empreiteiro. E não foi pouca não. Ele chorou no valor que eles pediram e aí foram abaixando. Parou em setenta mil. Mas essa propina não seria para o Prefeito e sim para o Deputado Federal Lelo Coimbra. Esse eu não conheço e nem posso falar nada”, acusou.
O advogado diz que estranho porque o prefeito Rogério Cruz apoiou a deputada federal Rose Freitas. “Eu espero que o Deputado Federal Lelo Coimbra não deixe de apurar isso, senão ficará muito feio para ele. Ele foi secretário de Educação e é um homem que o Governador Paulo Hartung investiu, apoiou e elegeu. Eu espero que ele tome uma providência para resolver isso”, afirmou.
Nesta semana, durante nova reunião, Sonsim explicou que não acusou o parlamentar, mas mostrou que o nome do deputado estava sendo usado como justificativa para um suposto pagamento de propina.
SEM CONTRATO
O vereador Joaquim Hubner saiu em defesa dos servidores durante a reunião. Ele contou o drama de pessoas que estão trabalhando sem contato na rede municipal de ensino.
“Estamos, desde o começo do ano, com professores e serventes que começaram a atender porque não existem concursados nas áreas de Laranja da Terra, Pequiá, Príncipe e Trindade. São lugares que os concursados não aceitaram ir trabalhar”, afirmou.
A prefeitura enviou um projeto pedindo autorização para contratar as pessoas para o setor. A proposta ainda garante o pagamento retroativo ao início das aulas. O presidente da Câmara resolveu retirar o projeto de pauta e Joaquim argumenta que os servidores e o Município é que ficaram prejudicados.
Para o presidente Edson Márcio, o motivo é simples. Havia duvidas de uma vereadora e preferiu colocar o assunto na reunião do dia 25, ainda mais que o clima na reunião estava agitado.
O vereador também foi criticado pelo presidente: “Eu entendo que isso é normal, já que a Casa estava cheia. Aí tem colegas que gostam de fazer palanque. (…) Eu só fico triste quando ele tenta defender o Executivo e passa a prejudicar essa Casa. Existem prazos e não estão respeitando a Câmara. Isso é preciso que fique claro”.
DENÚNCIAS
Segundo o vereador Presidente da Câmara, Edson Márcio, o Legislativo de Iúna precisa dar uma resposta à população frente às denúncias que mancham o cenário político da cidade.
“Já temos duas CPIs e parece que vamos abrir mais três, mas não estamos vendo os vereadores apurarem. Daqui a alguns dias estaremos desmoralizados. Nossa função é fiscalizar e o Legislativo tem que apurar, tomar uma decisão e gerar providências sobre essas denúncias”, desabafou.
Antônio José - 27/03/08 - 13:13 - portalcaparao@gmail.com