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Rio Manhuaçu: ONG quer captar recursos para projetos contra enchentes

05/04/2008 - Atualizado em 08/04/2008 16h30
No encontro promovido pela Organização Não-Governamental (ONG) Pró-Rio Manhuaçu, os participantes conversaram com os dois responsáveis pelos estudos. O professor André Luiz Lopes de Faria, da Universidade Federal de Viçosa, coordenou as pesquisas na zona rural, enquanto o professor Nilo Nascimento, da Universidade Federal de Minas Gerais, dirigiu o grupo que estudou a cidade.

A partir da reunião, ficou definida a elaboração de um documento sintético dos dois estudos com indicativos dos recursos necessários.

Segundo o professor Nilo Nascimento, existem recursos nos Ministérios de Meio Ambiente e Cidades para projetos desse tipo. “Como agora há um conjunto de propostas com um orçamento preliminar, o momento é de ir atrás de recursos. O que discutimos foi mais para definir estratégias a fim de angariar apoio financeiro”.

Os estudos de engenharia focaram numa meta de reduzir a ocorrência de enchentes para uma vez a cada cem anos. “Reduz muito o risco. O quadro atual é de enchentes freqüentes e cada vez mais constantes”, salientou.

O grupo da UFMG apontou vários cenários e possibilidades de solução. A mais aceita é a prevê a construção de grandes barragens antes da cidade para conter e controlar o fluxo de águas em períodos de chuva.

Os projetos da UFV contemplam ações de recuperação ambiental, favorecimento de infiltração e armazenamento. As duas iniciativas combinadas são fundamentais para a questão das enchentes, mas terão repercussão ainda na qualidade de vida e no meio ambiente da região.

O professor Nascimento ainda elogiou a participação dos vários segmentos da sociedade de Manhuaçu e o apoio local, inclusive da Prefeitura de Manhuaçu. Ele ressaltou que como os investimentos são altos é preciso mobilização política para atingir os recursos necessários.

ZONA RURAL

Com pesquisas focadas na zona rural de Manhuaçu e dos municípios de São João do Manhuaçu e Luisburgo, o grupo coordenado pelo professor André Luiz Lopes de Faria apresentou medidas que contemplam intervir nas Áreas de Preservação Permanente, considerando as áreas que já têm alguma atividade.

“Não queremos retirar o café, mas equacionar uma produção com um menor aporte de sedimentos nos rios que compõem a bacia do rio Manhuaçu. Esses sedimentos têm causado alguns problemas. Talvez o mais visível seja a enchente”, afirmou.

Outra preocupação é com a retenção das águas nas estradas rurais e em morros onde falta de cobertura vegetal. O projeto considera prioridade evitar o escoamento de mais sedimentos para a calha do rio.

“Temos que fazer um trabalho com a população para que ela compreenda a importância; recuperar a mata ciliar e promover a construção de pequenas barragens para garantir que a água fique mais tempo nas nascentes”, afirmou o professor. O Rio Manhuaçu tem uma característica importante que é a altíssima declividade. A água que cai nas nascentes e chega rapidamente na cidade, ainda mais porque não tem nem cobertura vegetal suficiente.

É um conjunto de medidas que atuam junto com as ações do estudo da UFMG que irá reduzir a freqüência de enchentes ou eliminar totalmente.

De qualquer forma, o professor lembrou que a natureza tem um tempo de resposta. “Ao plantarmos uma muda, ela demora a começar a trazer os resultados que esperamos. Isso tudo leva tempo”.

Carlos Henrique Cruz - 05/04/08 - 09:02 - portalcaparao@gmail.com

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