MANHUAÇU (MG) - O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu e o Instituto Terra iniciaram a entrega de mourões, grampos, arame e outros materiais para os primeiros produtores rurais de Manhuaçu que serão atendidos pelo programa de recuperação de nascentes Olhos d'água. Conforme previsto no projeto, cada produtor selecionado recebe os insumos necessários para o cercamento e placas alusivas ao projeto.
A presidente do CBH Isaura da Paixão, o presidente do Sindicato Rural Lino da Costa e Silva, o vice-presidente da Câmara Paulo César Altino (representando a Câmara Municipal), o vereador Hélio Ferreira, o diretor do SAAE José Aguiar e vários voluntários e integrantes do CBH receberam representantes do Instituto Terra, coordenados pela assistente de extensão ambiental do Instituto Terra, Cintia Gomes, para a entrega dos materiais. O encontro foi no Parque de Exposições da Ponte da Aldeia.
Isaura da Paixão conta que a ação está sendo desenvolvida em toda a bacia do Rio Manhuaçu. “A partir do projeto, produtores rurais têm sido estimulados a adotar técnicas sustentáveis no uso do solo, diminuindo o impacto das atividades agrárias e de pecuária nas nascentes dos rios, recebendo ainda insumos para cercamento dos olhos d’água (nascentes)”, afirma.
Isaura também agradeceu aos parceiros do projeto, como Sindicato Rural, SAAE, Prefeitura de Manhuaçu, Emater-MG, Câmara Municipal e tantos outros. “Todos foram parceiros e contribuíram para que o sonho se tornasse realidade. Temos nascentes protegidas. Que o Senhor nos dê força para continuar”, pediu.
O programa “Olhos D’Água” foi criado pelo Instituto Terra voltado para a revitalização da bacia hidrográfica do Rio Doce, do qual o rio Manhuaçu faz parte, e que já soma mais de mil nascentes protegidas ou em processo de recuperação.
Em toda a Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu, foram oitenta nascentes contempladas. Somente no município de Manhuaçu foram 24. O benefício foi possível porque o Instituto Terra, sediado no município de Aimorés, integra o CBH. “Além disso, eles são grandes parceiros e nos comunicaram que teria condições de fazer esse trabalho na Bacia. Prontamente nos colocamos à disposição e começamos a nos mobilizar” – explica Isaura Paixão.
O Instituto trabalha há anos em prol da recuperação ambiental. Representantes da organização estiveram em Manhuaçu, no princípio deste ano, e percorreram a região com o objetivo de cadastrar e conscientizar produtores a protegerem suas fontes de água, haja vista a realidade de escassez hídrica que afeta grande parte do país. Ao produtor que tem nascentes desprotegidas, o projeto oferece gratuitamente o material para o os devidos cercamentos. Todo proprietário que aderiu ao programa de proteção de nascentes também receberá a instalação de uma fossa séptica para captação do esgoto doméstico. Somente em Manhuaçu dez fossas serão instaladas.
“Estamos fazendo um pouco do muito que precisa ser feito. Nós começamos esse trabalho, o Instituto traz o técnico e nós verificamos quais são os casos mais urgentes. Estamos focalizando nas captações, principalmente do Rio Manhuaçu” – prossegue a presidente do CBH. A Prefeitura está buscando os mourões e cada produtor retira o seu e realiza o cercamento em sua propriedade dentro de um prazo de dois meses. “Além disso, o material para as fossas também já chegam nessa semana. Já entregamos uma parte do material para as nascentes em Manhuaçu, Luisburgo, Conceição de Ipanema e Lajinha” – acrescenta Isaura Paixão.
Cada proprietário recebe cem mourões tratados, arame e grampo. Sobre as fossas, o técnico do Instituto Terra percorre as propriedades, verifica a viabilidade da instalação e o material é enviado. “Eu, enquanto presidente do CBH, estou realizada. É claro que é apenas o começo, mas estamos juntos com nossos parceiros, fazendo possível para que possamos dar continuidade ao trabalho” – finalizou Paixão.
Durante o evento, o vereador Paulo Altino citou que foram aprovadas leis municipais de sua autoria e do vereador Jorge do Ibéria visando incentivar a preservação de nascentes, a conscientização dos moradores e a redução do desperdício. “O produtor deve reconhecer que a água é o maior patrimônio da fazenda dele. Estamos realmente felizes em ver esse comprometimento dos nossos produtores e o apoio dessas instituições”, pontuou.
Carlos Henrique Cruz - com informações da Sec. de Comunicação Social e do CBH Manhuaçu