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Taxistas também fecharam a BR-262 em Manhuaçu

24/04/2008 - Atualizado em 27/04/2008 16h26
O protesto dos taxistas chegou à rodovia federal como forma de encerrar a manifestação que promoveram nas ruas de Manhuaçu. Com um carro de som, eles percorreram todos os bairros principais promovendo a insatisfação da categoria. Quando chegaram ao km 32 colocaram os carros no meio da pista e fizeram uma barreira.

De forma pacífica, os taxistas dizem que a atitude foi a forma que encontraram para mostrar sua indignação e chamar a atenção das autoridades. Desde o final de março, uma decisão liminar concedida pela Justiça de Manhuaçu em favor das empresas Viação Caparaó e Viação RioDoce determina a apreensão dos táxis e prisão por desobediência com multa de 300 reais para cada taxista encontrando fazendo transporte clandestino de passageiros (o chamado lotação).

Somente num dia foram apreendidos 27 veículos, mas as operações têm sido constantes nas rodovias de acesso a Manhuaçu. O taxista Wanderlei Rodrigues, o Nem, foi um dos líderes do movimento e diz que as autoridades precisam ouvir o outro lado. “Isso é uma injustiça que fazem conosco. Estamos sendo tratados como marginais. Eu tenho família e só quero trabalhar para sustentar minhas despesas”, afirmou.

EXISTEM PROBLEMAS 

Ele admite que existem problemas, inclusive de motoristas pegando passageiros em pontos de ônibus e fazendo o transporte clandestino, mas acha errado a forma como foram penalizados. “Eles não nos deixam argumentar. Eu fui fiscalizado num dia que fazia uma corrida. Eu levava um pai e um filho para Manhumirim, saí de Santana e foi abordado em Reduto. O serviço de táxi é justamente isso e ninguém aceitou me ouvir. Trataram-me com um marginal”, contou o taxista que pagou 300 reais pela desobediência a ordem judicial, 130 reais pelo serviço de guincho e ainda vai comparecer ao Fórum Desembargador Alonso Starling em maio para dar explicações.

Segundo ele, a maior parte dos taxistas tem despesas altas para manter seus veículos e prestar um serviço de qualidade e não pode ser prejudicada por causa de um ou outro que age errado. “Tem taxista que se for apreendido mais uma vez vai começar a passar fome”, alertou.

Para Wellington Mendes, de Matipó, é preciso entender as dificuldades dos passageiros. “Eu sou usuário do serviço e sei que as linhas não atendem direito. O que nos resta são os táxis, mas infelizmente a minha esposa não está conseguindo nem freqüentar a aula por causa disso”, afirma. Segundo ele, a mulher tem aulas diariamente no Senac e encontra dificuldades para sair de Matipó e vir ao curso.

Por volta de 15 horas, a pista foi liberada depois da intervenção da Polícia Militar e de agentes da Polícia Rodoviária Federal. Eles negociaram a liberação da rodovia e alertaram que os taxistas precisam se organizar e buscar caminhos legais para questionar a liminar judicial.

O Policial Rodovíario Federal Valdécio Carvalho conversou com os taxistas e definiu seis representanes (um de cada cidade envolvida) para tentarem uma reunião com o Poder Judiciário nos próximos dias.

Carlos Henrique Cruz - 24/04/08 - 18:44 - portalcaparao@gmail.com 

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