MANHUAÇU (MG) - Uma noite onde a cultura de raiz foi a estrela. No show do músico Chico Lobo, na última sexta-feira, 24, em Manhuaçu, a viola caipira deu os acordes para integrar artista e público, que além de cantarem juntos, dançaram e desfrutaram de causos e canções que reverenciam o que há de mais puro na música de raiz. Com um repertório recheado de novidades, a noite teve clássicos de Vila Lobos, sucessos imortalizados na voz de Pena Branca e Xavantinho e Milton Nascimento, como a canção Cálix Bento, hino das folias de Reis do folclore mineiro, e Almir Sater, além de novidades, como uma música feita para o filho do cantor, e que nunca foi gravada, a ainda uma canção inédita composta para o novo disco e show de Maria Betânia.
“Quando eu fui selecionado para vir para Manhuaçu pelo projeto de interiorização do Crea Cultual, eu tinha certeza da conexão da minha viola com essa região, que é uma região que preserva suas raízes, que tem uma tradição cafeeira muito grande. E a viola fala isso. Ela ressalta cada momento das raízes, e a música de raiz é a grande música que caracteriza o nosso Brasil profundamente” – diz Chico Lobo.
Em cerca de uma hora e meia, a mineiridade musical, saiu do palco e fez a plateia ser parte do espetáculo, seja formando um grande coro, ou mesmo no convite para que todos dançassem a tradicional catira. “Quem não veio deixou de se emocionar, de sonhar, deixou de relembrar e deixou de ver um show maravilhoso” – conta extasiada a secretária de Cultura e Turismo, Mariza Klein.
O inspetor regional do CREA em Manhuaçu, Wanderley Barbosa, também não mediu elogios. “A grande qualidade do artista, o domínio do toque da viola, que não é tradicional dessa região, mas Chico lobo mostrou que com o talento dele, o quanto é fantástico o toque da viola na sua essência. Fomos realmente brindados com um show de altíssima qualidade” – ilustrou.
Para o cantor e instrumentista, cada parada é sempre uma surpresa. Ele, que já rodou por terras distantes, onde o idioma diferia do seu, mas a linguagem cultural sempre prevaleceu, saiu feliz com o que encontrou na terra do café. “A gente sai de alma lavada pelos aplausos, pela cantoria, pela alegria que a gente viu no público de Manhuaçu, e esperamos não demorar a voltar a essa cidade tão acolhedora” – diz Lobo.
MAIS CULTURA
Segundo palavras do prefeito Nailton Heringer, o Crea Cultural contemplou Manhuaçu com uma apresentação jamais vista na cidade, por isso os laços entre o Governo, por meio da secretária de Cultura e Turismo, já foram estreitados, a fim de que a população da cidade tenha ainda mais cultura. “Para nós é muito importante. Manhuaçu é também uma cidade histórica, e essa parceria com o CREA e outras entidades é fundamental para crescermos culturalmente, para trazermos conhecimento, diversão e alegria para o nosso povo, mas especialmente cultura” – disse o Chefe do Executivo.
“Tem três anos que estamos rodando o Estado. Manhuaçu é a 52º cidade que chegamos. Então queremos voltar aqui no ano que vem com o Quarteto de Cordas Liberta, que é música de Câmara. Tem a Dora Guimaraes com contos de Guimarães Rosa, e uma exposição itinerante também de Guimarães Rosa. Entre outras atrações que vão surgindo, e que estamos trazendo para o interior’ – antecipa a gestora do CREA Cultural, Cristina Amorim.
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