MANHUAÇU (MG) - Na tarde da última terça-feira, 27 de outubro, foi realizada na sede do Ministério Público em Manhuaçu, uma reunião entre a promotora Vanessa Maia de Amorim, a representante do CMRR – Centro Mineiro de Referência em Resíduos, Ana Paula Soares, o prefeito Nailton Heringer, o diretor do SAMAL, Kilder Perígolo e diversos secretários e funcionários do Governo de Manhuaçu, para apresentação do projeto “Reciclando oportunidades, gerando trabalho e renda” que será implantado no município.
O projeto é uma iniciativa pioneira no Brasil, mantido pelo programa Centro Mineiro de Referência em Resíduos, do Governo de Minas, por meio da Semad – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da Feam – Fundação Estadual do Meio Ambiente, em parceria com o Servas – Serviço Voluntário de Assistência Social e o MPMG – Ministério Público de Minas Gerais. Na cidade, terá o Governo de Manhuaçu, representado pelo SAMAL, como parceiro.
Com a implantação do projeto, uma série de capacitações e de visitas técnicas serão realizadas, e também o Fórum Municipal Lixo e Cidadania. “O projeto reciclando oportunidades veio apoiar o município para erradicação das práticas de catação inadequada, ou seja, vamos tirar esses catadores dessa situação vulnerável de catação em lixão para incluir num sistema de gestão de resíduos, como por exemplo a coleta seletiva” – explica a técnica de Centro Mineiro de Referência em Resíduos, Ana Paula Soares.
Ainda de acordo com a representante do Centro de Referência, o processo, que vai levar a erradicação do trabalho em situação insalubre, desgastante, degradante e humilhante, é longo. “Leva em média dezoito meses, mas pode ser em menor tempo dependendo do desenvolvimento do município, da infraestrutura, logística, recursos financeiros e pessoais que vão delimitar o tempo necessário” – enumera Soares.
No estado, 130 municípios já foram beneficiados pelo CMRR, agora mais dez foram contemplados, entre eles Manhuaçu. Os beneficiados, catadores que trabalham principalmente nos lixões e das ruas, passam a trabalhar de forma organizada em associação ou cooperativa, o que vai garantir a elevação da renda, garantias de qualidade no trabalho, entre outros benefícios. “É um processo que não envolve somente o Centro e o poder público. Os catadores e a sociedade civil precisam estar inseridos. O diferencial do projeto é envolver todos na discussão para criar um modelo de gestão de resíduos adequados, com isso é possível definir o melhor modelo de coleta seletiva, por exemplo” – pontua a represente do Centro Mineiro.
PARCERIA
A implantação do projeto é um desejo antigo, começou a ser pleiteado em março deste ano, quando o diretor do SAMAL, Kilder Perígolo, pessoalmente foi a Belo Horizonte solicitar a parceria. A resposta veio há cerca de dois meses. “Fui informado que Manhuaçu havia sido incluído entre os dez municípios contemplados para o desenvolvimento do programa. Então ficamos muito satisfeitos” – conta o diretor da autarquia, lembrando que a partir dessa parceria, o cidadão que tira seu sustento do que o lixo produz terá uma condição digna para trabalho. “Acredito que Manhuaçu está tendo um avanço grande na questão da coleta do lixo, coleta seletiva com a implantação desse projeto. Não será fácil mudar algo que está há anos do mesmo jeito. É difícil. É demorado, mas trabalhando juntos, é possível dar certo” – finaliza Perígolo.
Secretaria de Comunicação Social de Manhuaçu