BELO HORIZONTE (MG) - Um debate em rede social sobre a restauração do Rio Doce vem ganhando vulto neste fim de semana. A postagem é do ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, que é capixaba de Jerônimo Monteiro, no Sul do Espírito Santo e atualmente reside em Belo Horizonte.
José Carlos Carvalho diz acreditar na sobrevivência do Rio Doce, ressuscitado por seus afluentes que continuam realizando o ‘milagre da vida’, reconhecendo que a calha principal do Rio Doce está praticamente morta. Ele apresenta uma abordagem afirmativa, positiva, para encarar e enfrentar este que é o maior acidente ambiental por mineradora do Brasil.
Sua opinião é que, agora, mais do que nunca, restaurar e recuperar as cabeceiras de todos os rios que deságuam no Doce torna-se um imperativo do governo brasileiro, em todos os níveis, e uma obrigação cívica de cada habitante que dentro ou fora da sua bacia, carregam o Brasil na cabeça e o Rio Doce no coração. “Os mineiros e capixabas estão convocados para esta tarefa inadiável. Cito os afluentes mineiros que vão ressuscitar o Rio Doce, pela ordem: Piranga, Piracicaba, Santo Antônio, Suaçuí Grande, Manhuaçu e Caratinga, mais os afluentes capixabas”, convoca.
Para Luiz Fernando Schettino, ex-secretário de Estado de Meio Ambiente, que entrou no debate da rede social, José Carlos Carvalho seria a pessoa ideal para coordenar as ações de recuperação da Bacia do Rio Doce, citando seu vasto currículo, experiência, história, relações internacionais e capacidade de articulação política.
Carvalho é enfático ao afirmar que a maior tragédia que poderá suplantar o desastre do Rio Doce, é a tragédia da omissão, da indiferença e do descaso em relação à restauração do Rio. “Não menciono a Samarco e seus acionistas, porque no caso deles esta é uma obrigação legal e moral”, acrescenta o analista de meio ambiente, José Carlos Carvalho.
A postagem ganhou vários compartilhamentos, a maioria assinados por especialistas em meio ambiente, como Roberto Barreto, analista técnico do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema). “Alô, quem de direito, este é o nome que pode ajudar muito neste momento difícil do maior desastre ambiental da história do Brasil”, recomenda Barreto em seu perfil, compartilhando a opinião de Carvalho.
Lenilce Pontini / Redação Folha Vitória