REDAÇÃO - O 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, além da avaliação sensorial dos 11 lotes finalistas por um Júri Técnico, trouxe, nesta edição, duas inovações: a participação do Júri Popular, formado por cinco grupos de consumidores residentes nos estados participantes do certame, e a avaliação do nível de sustentabilidade de cada uma das propriedades. O resultado obtido em cada etapa teve peso diferente na composição da nota final: Júri Técnico, 70%; Júri Popular, 15%, e Sustentabilidade, 15%.
O resultado do Júri Técnico foi divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) no dia 2 de dezembro. O melhor café pela Qualidade Global foi o do produtor João da Silva Neto, da cidade de Araponga, em Minas Gerais, que obteve a nota de 8,70 pontos, em uma escala de 0 a 10, considerado excepcional pelo Júri Técnico. Além da melhor nota do concurso, esse café foi campeão na categoria Cereja Descascado. Com a pontuação obtida no Júri Popular e na avaliação da sustentabilidade da propriedade de João Neto, o lote conquistou a nota final de 8,72 pontos.
A média ponderada das notas dadas pelos 63 integrantes dos Júris Populares realizados em São Paulo, Londrina, Belo Horizonte, Salvador e Vitória, confirmou a preferência desses consumidores pelo café de João da Silva Neto, eleito com 46% dos votos. No quesito sustentabilidade, a propriedade mineira recebeu a nota máxima de 1,5 pontos (15% da pontuação fina), por ser certificada e atender os itens do questionário de autoavaliação.
Também foi confirmada a liderança na Categoria Café Natural o lote do produtor José Alexandre Abreu de Lacerda, da cidade Dores do Rio Preto, do Espírito Santo. Esse café obteve a nota de 8,33 pontos do Júri Técnico. Com a pontuação do Júri Popular e a avaliação da sustentabilidade, atingiu a nota final de 8,40 pontos. Na Categoria Microlote também foi confirmada a liderança do café produzido por Maria Aparecida Maciel Gomes, na cidade de Japira, no Paraná. A nota de Qualidade Global dada pelo Júri Técnico foi de 8,60 pontos. E passou para 8,65 com a pontuação do Júri Popular e avaliação de sustentabilidade, conquistando o 2º lugar desta 12ª edição do Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.
Opinião dos Consumidores
A inclusão da opinião dos consumidores na avaliação dos lotes finalistas, se de um lado homenageou esses apaixonados por café, por outro gerou para a ABIC um grande banco de dados que expressa a paladar e os hábitos de cada região. O cruzamento das informações poderá resultar em importantes indicadores que auxiliarão as indústrias a melhor adequarem seus blends e focar com mais objetividade o posicionamento de seus produtos.
Entre as curiosidades que surgiram, está o fato de o Júri Popular da Bahia ter indicado como preferido, por 58% dos participantes, um café do próprio estado: o Cereja Descascado produzido por Luiz Benício Santos Torres, da Fazenda Santa Helena, em Itambé. O mesmo aconteceu no Paraná: a preferência para 71% dos integrantes do júri foi o microlote produzido no estado por Maria Aparecida Maciel Gomes, na cidade de Japira, e que conquistou o 1º lugar na categoria e o 2º no ranking final do concurso.
Os consumidores de São Paulo preferiram o café cereja descascado de Minas Gerais. Os do Espírito Santo elegeram o café natural da Bahia e o cereja descascado de São Paulo. E os mineiros preferiram o microlote do Paraná.
Os trabalhos dos júris populares foram acompanhados e coordenados por técnicos da ABIC. Os consumidores provaram separadamente e às cegas (sem saber a origem) o café de cada lote, preparado em filtro. A avaliação seguiu a metodologia da escala hediônica, na qual expressaram o grau de gostar ou desgostar, de forma geral, ou em relação a um atributo específico (fragrância, aroma, acidez, amargor, adstringência, corpo e sabor). A ABIC optou por este tipo de avaliação por ser amplamente utilizada na mensuração de atributos sensoriais de alimentos e entre testes de preferência.
Leilão
Conforme já agendado no Regulamento do Concurso, de 12 a 19 de janeiro será realizado o leilão de todos os 11 lotes finalistas. O pregão é aberto a torrefações, cafeterias e pessoas jurídicas de todo o país e os lances serão dados por e-mail. Esses cafés serão posteriormente industrializados e chegarão aos supermercados e lojas gourmet em meados de abril, compondo a 12ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil.
A classificação final e mais informações sobre a avaliação do Júri Popular poderão ser acessadas no portal abic.com.br.
CLASSIFICAÇÃO FINAL POR CATEGORIA |
|||||||
NATURAL |
|||||||
No |
Categoria |
Nome |
Propriedade |
Cidade |
UF |
Nota QG |
Nota Final |
1° |
Natural |
José Alexandre Abreu de Lacerda |
Sítio Córrego Pedra Menina |
Dores do Rio Preto |
ES |
8,33 |
8,40 |
2° |
Natural |
Paulo Rogério P. Marchi |
Sitio Santa Rosa |
Serra Negra |
SP |
8,17 |
7,92 |
3° |
Natural |
Ceres Trindade de Oliveira Santos |
Sítio São Joaquim |
Joaquim Távora |
PR |
8,25 |
7,90 |
4° |
Natural |
Eufrásio Souza Lima |
Sítio Boa Vista |
Barra do Choca |
BA |
7,98 |
7,73 |
CEREJA DESCASCADO |
|||||||
No |
Categoria |
Nome |
Propriedade |
Cidade |
UF |
Nota QG |
Nota Final |
1° |
CD |
João da Silva Neto |
Jardim das Oliveiras |
Araponga |
MG |
8,70 |
8,72 |
2° |
CD |
Eloir Inocencia Nogueira de Souza |
Sitio Dois Irmãos |
Pinhalão |
PR |
8,55 |
8,64 |
3° |
CD |
Alexandre Provencio |
Santa Jucy Agroindustrial |
Cássia dos Coqueiros |
SP |
8,26 |
8,46 |
4° |
CD |
Luiz Benicio Santos Torres |
Fazenda Santa Helena |
Itambé |
BA |
8,34 |
8,04 |
MICROLOTE |
|||||||
No |
Categoria |
Nome |
Propriedade |
Cidade |
UF |
Nota QG |
Nota Final |
1° |
Micro Lote |
Maria Aparecida Maciel Gomes |
Sítio Fortaleza |
Japira |
PR |
8,60 |
8,65 |
2° |
Micro Lote |
Rafael Giolo |
Fazenda Olhos D´agua |
Pedregulho |
SP |
8,52 |
8,56 |
3° |
Micro Lote |
Miguel Messias |
Sítio Bom Jardim |
Muniz Freire |
ES |
8,49 |
8,08 |