MANHUAÇU (MG) - O Ministério Público Federal, em parceria com o Governo de Manhuaçu e entidades socioambientais do município, vem trabalhando em prol da causa do lixo, um problema que, há algum tempo vem preocupando e provocando discussões. Esta soma de forças está tornando possível a implantação do sistema de coleta seletiva, que deve ocorrer por meio da Cooperativa de Catadores de Lixo a partir do segundo semestre deste ano. A ação é um pontapé inicial para uma transformação de realidade e, o próximo passo é a convocação dos protagonistas da iniciativa: a população.
A promotora de Justiça do Meio Ambiente, Vanessa Amorim, ressalta a necessidade de trabalhar a questão, haja vista a importância do município enquanto cidade polo e que, além da população própria, ainda conta com um índice alto de população flutuante, que depende dos serviços prestados aqui. "É preciso que o manhuaçuense trate com carinho a cidade, queira que ela esteja limpa. Dessa forma quem vem de fora chega, vê que aqui tem um povo educado e passa a ter esse mesmo cuidado com a nossa cidade. Hoje sabemos que a realidade não é essa, vemos lixo espalhado por todos os lados, nas ruas, no rio, enfim" - lamenta.
A promotora destaca que a intenção é iniciar o projeto a partir do segundo semestre, com a Cooperativa de Catadores devidamente formalizada e, claro, com o envolvimento e o entendimento da população sobre esse processo. Para isso, uma campanha de informação e conscientização está sendo preparada. "Agora estamos em fase de planejamento dessas ações, pensando no que será feito para que a partir de maio a gente comece a executar junto aos moradores da cidade" - explica Amorim. "Queremos que Manhuaçu seja referência na questão do tratamento do lixo, pra que a gente tenha uma cidade limpa e organizada. Não é um projeto fácil, em Manhuaçu ainda não temos nada nesse sentido. Mas acreditamos nele porque temos muitas pessoas envolvidas e querendo que dê certo. O SAMAL e a Secretaria de Planejamento estão conosco, a Ong Pró-Rio Manhuaçu, o CBH e a Fumaph também, enfim. Cremos que temos potencial para fazer valer" - defende.
O diretor do SAMAL, Kilder Perígolo, se diz realizado com o projeto. "É com muita felicidade que a gente comenta porque já vínhamos trabalhando, correndo atrás há algum tempo" - alegra-se Perígolo, que ainda faz um clamor. "É desejo de todos nós uma cidade bacana, limpa, organizada, com uma educação diferenciada, e precisamos melhorar nessa questão. Mas é preciso que a população entenda que isso não é responsabilidade apenas do poder público" - afirma. "Os catadores estão sendo formalizados e vão ser os diretamente envolvidos no processo. E a equipe de planejamento está com total energia, mas precisamos do envolvimento de toda população. O lixo é responsabilidade de cada cidadão, não adianta achar que é responsabilidade só do SAMAL ou da cooperativa, é de todos" - enfatiza.
Presidente da Ong Pró-Rio Manhuaçu, Roberto Vargas faz coro ao diretor do Samal e reforça. "A coleta seletiva vem aí, esperamos que a população colabore com a Associação de Catadores, isso vai ser de grande valia para eles porque vai proporcionar uma forma de trabalhar mais tranquila. E além do mais, Manhuaçu merece!" - exalta. "O grupo de planejamento está bacana, nos reunimos em prol de um bem comum. Mas não adianta nada esse movimento se a população não se envolver e abraçar essa causa" - conclui.
Secretaria de Comunicação Social de Manhuaçu