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Segurança

Reta da Morte: Perito diz que motoristas só reduzem velocidade obrigados

19/05/2008 - Atualizado em 21/05/2008 13h26

Em entrevista ao Portal Caparaó, o perito criminal José Gouvêia Júnior explica que infelizmente é preciso forçar os motoristas a reduzirem a velocidade. Ele também alerta sobre os perigos e o alto número de atropelamentos na rua Monsenhor Gonzalez, no Centro de Manhuaçu.

No trecho entre os km 38 e 40, em frente a Fertilizantes Heringer, a população de Manhuaçu já se assusta com o freqüente registro de acidentes com mortes. Somente neste ano, seis pessoas perderam a vida no local.

Apesar do trabalho científico, o perito criminal argumenta que o ideal é a prevenção. José Gouveia explica que todo acidente de trânsito envolve a figura humana, o veículo e as condições da pista. “Estamos verificando que os veículos saem das montadoras cada vez mais potentes e com capacidade de adquirir alta velocidade rapidamente. Diante de uma via, como é o caso desse local, em que há uma reta com boas condições do asfalto, o motorista não sabe avaliar adequadamente qual a velocidade que deve imprimir. É aí que começa a desenvolver a velocidade excessiva que gera a perda do controle direcional”.

O trecho é uma descida, no sentido Realeza para Manhuaçu, onde dificilmente algum motorista dirige a menos de 100 quilômetros por hora. O perito lembra que, no mesmo trecho, há um trevo com passagem de veículos lentos (caminhões carregados), além de várias passagens de pedestres e acessos, como a UBA, o Prata Motel e o Córrego das Nascentes. “Infelizmente, o motorista não consegue visualizar tudo isso e perde o controle do carro ocorrendo colisões e atropelamentos”.

José Gouveia não considera os quebra-molas, a solução ideal para o trânsito, mas diz que o cenário exige medidas mais firmes. “A instalação de lombadas eletrônicas seria um grande avanço para conter a velocidade, mas na impossibilidade de fazer isso, está na hora das autoridades colocarem quebra-molas nesse local para obrigar os motoristas a reduzir a velocidade”, recomendou.

MONSENHOR GONZALEZ

Apesar de características diferentes, o perito criminal explica que na rua Monsenhor Gonzalez também falta algo para obrigar os motoristas a reduzir a velocidade.

O transito na área urbana requer mais atenção. “No meio urbano existe passagem freqüente de pedestres. A velocidade máxima dentro da cidade, mesmo que não haja placa, é de 40 quilômetros por hora”, afirmou. José Gouveia explica que como existem várias faixas de pedestres e quebra-molas, dificilmente o condutor vai dirigir acima de uma segunda ou até uma terceira marcha em Manhuaçu.

Apesar do bom exemplo na campanha da faixa de pedestre, ele observa na rua Monsenhor Gonzalez, um trecho ficou sem qualquer atenção. “Aquela parte, perto da garagem do Coelho Diniz forma uma descida nos dois sentidos. Como ficam vários caminhões por ali, a visibilidade fica muito prejudicada. Quando o condutor não tem visibilidade plena, é necessário que os motoristas reduzam ainda mais a velocidade”.

Muito embora, Manhuaçu dá um exemplo de cidadania, o alto índice de atropelamentos que tem sido registrado no meio daquela rua já justifica as providências.

“Não há faixa de pedestres, não tem quebra-molas e agora tem o agravante da saída de carros rua João Claudino e da garagem do supermercado. Outro ponto: é um caminho para muitos moradores do bairro Nossa Senhora Aparecida. Tudo isso já justifica que se coloque quebra-molas no local”.   Carlos Henrique Cruz - 19/05/08 - 20:33 - portalcaparao@gmail.com 

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