Rodrigo Nogueira de Souza, 37 anos, foi preso no final da tarde desta terça-feira acusado de crimes como pedofilia e exploração sexual de crianças e adolescentes. Ele estava no apartamento em que morava na Rua Mellin Abi-Ackel com uma menor de 16 anos. Dezenas de revistas e DVDs de material pornográfico foram apreendidos. As Polícias Civil e Militar, Ministério Público e Conselho de Direitos das Crianças vinham apurando denúncias sobre ele.
A investida da Polícia Militar aconteceu depois do sinal verde da Justiça e do Serviço de Inteligência do 11º BPM. Eles já tinham certeza de que Rodrigo Nogueira levava jovens para sua residência. Denúncias informaram que era comum ouvir os gritos de socorro de menores e até relatos de adolescentes e crianças que foram enganados para ir até o apartamento.
O Juizado da Infância e Juventude concedeu um mandado de busca para a casa de Rodrigo. Quando a equipe da Polícia Militar chegou, encontrou dezenas de materiais pornográficos. “O mais estranho e inusitado é que todo o material estava trancando em um cofre. Também encontramos maricas, comumente utilizadas para o consumo de crack e um jabuti – que repassamos para a Polícia Militar Ambiental”, conta o Capitão Luciano Reis, comandante do policiamento em Manhuaçu.
Os casos foram denunciados há algum tempo, mas apesar do procedimento instaurado na Delegacia e no Ministério Público, era preciso fundamentar melhor a ação. Policiais do Serviço de Inteligência passaram a monitorar o local.
Segundo o oficial, os relatos de crianças de 09 e 11 anos que chegaram à Justiça são assustadores. “Elas relatam claramente o que acontecia na casa. Os relatos envolvem como as crianças eram exploradas sexualmente. Testemunhas também contaram que até orgias aconteciam no apartamento”.
16 ANOS
Na hora em que a polícia chegou, Rodrigo estava com uma adolescente de 16 anos e os dois filhos dele. Ela confessou que estava na casa vivendo com ele. A mãe Renata de Paula Veríssimo Fully, 33 anos, sabia dos fatos e, segundo a polícia, outras filhas tinham envolvimento com essa prática. “Testemunhas e as próprias adolescentes confirmaram que ela consentia que as filhas ali permanecessem e fossem exploradas sexualmente”, contou.
Ela também foi presa e levada para a delegacia. A polícia e o Conselho Tutelar recolheram a jovem de 16 anos e outras crianças de 14, 12 e 10 anos. Eles foram encaminhados para um serviço de assistência.
À FORÇA
O capitão Luciano Reis contou que uma das crianças de nove anos foi para a casa de Rodrigo. Ele manteve relação e depois, numa segunda vez, quando a criança não quis, forçou o sexo com ela.
“Temos relatos de mães de que ele exercia um fascínio muito grande sobre as crianças. Não sabemos que propostas ele fazia, se havia influencia de drogas ou até de hipnose. Ele tinha manuais disso, mas não sabemos isso com certeza. Agora a Polícia Civil e o Ministério Público poderão detalhar isso”, esclareceu.
O militar destacou que todo o trabalho foi resultado de denúncias de moradores. A ação policial estava planejada para ocorrer no dia de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes (último final de semana), mas como não havia a certeza de localizar a situação em flagrante, resolveram adiar.
Rodrigo e Renata foram incursos no artigo 244 A do Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa por submeter menores a prostituição ou a exploração sexual.
Carlos Henrique Cruz - 20/05/08 - 20:57 - portalcaparao@gmail.com