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Segurança

Doze dias depois, presos fazem quebradeira em nova rebelião em Manhuaçu

23/04/2007 - Atualizado em 26/04/2007 16h55

Doze dias depois de terem se rebelado, os presos da cadeia de Manhuaçu promoveram um novo motim na noite deste domingo. Eles quebraram grades e fizeram detentos enquadrados por crimes contra a mulher como reféns. Depois de três horas de negociações, eles cederam e a terceira rebelião deste ano foi encerrada, agora durante a madrugada.

A confusão na cadeia começou por volta de 21 horas de domingo, mas já vinha deste a sexta-feira com outras tentativas de fuga. Apesar do motivo não ter ficado esclarecido, a polícia trabalha com a hipótese de que as rebeliões são resultados de uns dois ou três que tentam escapar e não estão conseguindo.

Os presos se rebelaram e, durante a negociação, exigiram as mesmas coisas da última confusão. “Não é uma situação muito fácil, ainda mais quando utilizam outros presos como reféns. Procuramos sempre negociar para evitar alguma atitude mais drástica. A polícia também tem um certo limite e, graças a Deus, eles acabaram cedendo sem maiores danos”, afirmou o inspetor Linhares, que participou da negociação.

Entre os pedidos, os presos incluíram a visita íntima, direito a dois dias de banho de sol por semana e dois dias de visitas. “Isso tudo é negociado, mas temos alguns limites. Tentamos até atender, mas com pouco efetivo é complicado. As visitas íntimas, por exemplo, em cadeia pública não são comuns mesmo”, explicou o delegado Getúlio Lacerda.

Com vários danos, como cadeados arrebentados, grades serradas e portas emperradas, as Polícias Civil e a Militar retiraram os detentos para o pátio ainda durante a noite e começaram a avaliar os estragos. É possível que parte do espaço seja interditado até que uma reforma possa garantir a segurança.

Durante a busca foram apreendidos vários chuços (pedaços de ferro afiados), cadeados danificados e uma barra de ferro serrada.

MOBILIZAÇÃO

Um grande efetivo de policiais militares e civis e até o Corpo de Bombeiros foram acionados na hora da rebelião. Além do grupo de choque e dos cães do canil do 11º BPM, o reforço de policiais auxiliou nas negociações. “A presença dos policiais em grande número repercutiu entre os detentos. Não queríamos que acontecessem as rebeliões, mas sempre que houver a nossa equipe estará sempre pronta”, afirmou o Tenente Geovani, que também auxiliou nas negociações com os detentos.

Durante toda a rebelião, carros das três corporações ficaram no trecho em frente a delegacia. A avenida Melo Viana chegou a ser interditada.

A cadeia continua superlotada. 96 presos estão recolhidos em regime fechado, sendo que a capacidade é de 54 detentos. “Eles aproveitam que a cadeia está cheia e acabam envolvendo outros presos, inclusive aqueles que nem querem participar, mas sabem que podem ser ´penalizados´ lá dentro e acabam aderindo”, conta o delegado regional Lourival Silva Pereira.

Após a rendição dos presos, policiais fizeram buscas nas celas e iniciaram a retirada dos objetos danificados. Quatro presos ficaram feridos e foram levados ao Pronto Atendimento.

QUARTA VEZ EM ABRIL

Considerando que no sábado e no dia 8 houve uma tentativa de fuga, somada a rebelião do dia 9, essa foi a quarta confusão na cadeia de Manhuaçu.

A pior foi no início do mês. Os presos da cela 10 tinham uma rixa com os detentos da cela 11. Eles conseguiram chegar ao corredor e arrebentaram o cadeado da cela vizinha. A briga generalizada terminou com cinco feridos e um morto.

Carlos Henrique Cruz - 08:01 - 23/04/07  

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