De acordo com o delegado Cristiano Augusto Xavier Ferreira, da Delegacia de Homicídios de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que há seis meses coordena as investigações, Wellington conta com detalhes como ocorreu o crime, o que comprovaria sua participação. Segundo o acusado, Bernardo teria feito o seguro de vida por estar com uma doença terminal e o contratou para matá-lo, para que a família recebesse o prêmio.
Em 20 de agosto de 2007, o oficial de Justiça teria parado seu carro no KM 94 da MG-111, que liga Reduto a Manhumirim, a cinco quilômetros de Manhuaçu, com o pretexto de trocar um pneu furado, quando foi rendido por dois homens. Um deles o matou com três tiros.
Segundo o delegado Cristiano Xavier, a família recebeu o seguro e um segundo suspeito já foi identificado, mas nega seu envolvimento. “O mais intrigante é que Welington afirma que foi contratado por Bernardo em 2005, com o mesmo propósito, quando recebeu R$ 10 mil para matá-lo, mas o tiro teria acertado de raspão a cabeça do oficial de Justiça”.
As investigações continuam e há a possibilidade de Bernardo ter sido morto em uma queima de arquivo. O delegado informou que o oficial de Justiça era executado pela Receita Federal por uma dívida de R$ 18 milhões, por sonegação de impostos. Levantamentos apontaram que ele tinha uma empresa de corretagem de café, que seria usada por produtores rurais para sonegação de impostos da venda do produto. «Ocorreram vários roubos de caminhões de café no mesmo período e queremos determinar se sua morte tem relação com esses negócios escusos», disse o delegado.
Gabriel Pascoal - Especial para o Hoje Em Dia - 13/06/08 - 08:04 http://www.hojeemdia.com.br/