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Política

João-de-barro: Polícia Federal quer a prisão de prefeitos

24/06/2008 - Atualizado em 27/06/2008 08h30

Os investigadores da Polícia Federal em Minas Gerais estão concentrados na análise dos documentos apreendidos em sete Estados e no Distrito Federal durante a Operação João-de-Barro, deflagrada na sexta-feira. Os agentes querem, de posse de novos dados, reforçar o pedido feito à Justiça Federal para prender os prefeitos envolvidos no esquema de desvio de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de casas populares e obras de saneamento básico.

Os pedidos de prisão já foram encaminhados aos Tribunais Regionais Federais (TRFs). Até o início da operação, no entanto, nenhum deles foi autorizado pela Justiça. Por isso, a PF decidiu cumprir os mandados de que já dispunha - de busca e apreensão e prisão de 38 funcionários públicos, lobistas e empresários - e esperar, para uma segunda etapa, por uma decisão da Justiça em relação aos prefeitos.

Todos os documentos apreendidos nos sete Estados e no DF foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte (MG), onde as investigações vão se concentrar. As 26 pessoas presas na operação foram também transferidas na sexta-feira à noite para Minas.

Parte dos presos já foi ouvida pelos delegados responsáveis. Os demais começarão a ser ouvidos amanhã. A PF pretende ainda prender outras 12 pessoas nos próximos dias, completando assim os 38 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal e de 1ª instância.

Todos devem ficar presos por pelo menos cinco dias para a instrução penal. A PF pode pedir à Justiça a prorrogação desse prazo.

A análise dos documentos também é apontada pelos investigadores como essencial para descobrir quanto de fato a organização criminosa desviou dos recursos públicos do PAC.

Por enquanto, a PF sabe que as empresas envolvidas controlavam obras em 119 municípios num total de R$ 700 milhões e pretendia desviar mais R$ 2 bilhões, entre recursos liberados por emendas parlamentares e financiamentos da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dados preliminares da PF mostraram também que os deputados investigados, Ademir Camilo (PDT-MG) e João Magalhães (PMDB-MG), apresentavam emendas para cidades que controlavam e onde a organização atuava em troca de propina equivalente a 10% do valor da obra. Eles negam. A PF só não pediu a prisão dos dois porque, legalmente, eles só podem ser presos em caso de flagrante e de crimes inafiançáveis.   Felipe Recondo - 16:55 - 24/06/08 - portalcaparao@gmail.com

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