Para o delegado, ele não tinha conhecimento e informação concreta sobre o que foi dito. “Não é minha função polemizar com ele, mas quero esclarecer alguns pontos importantes e reforçar que todo o trabalho ainda está em curso. Até mesmo a divulgação de algumas informações é parte da investigação”, acrescentou.
EQUIPE DE BELO HORIZONTE
Lourival Silva Pereira explicou que a falta de efetivo e a quantidade de casos a serem investigados geraram o pedido para que uma equipe do Departamento de Homicídios de Belo Horizonte assumisse as investigações do homicídio. “Foi um entendimento entre o Judiciário, a Polícia Civil e o Ministério Público em função da carência de pessoal e a falta de pessoal especializado para um crime que desde o início era muito complexo”.
Lourival lembrou que o quadro se agravou quando a delegada Rosângela Tulher foi transferida para Belo Horizonte e outro delegado aposentou. “Em comum acordo solicitamos uma equipe especializada. É um grupo que trabalha objetivamente em crimes de homicídios. Evidentemente que isso teve objetivo de chegar a um resultado muito mais rápido e completo”.
O delegado ressaltou que a Polícia Civil em Manhuaçu tem apresentado resultados efetivos com resolução de vários casos nos últimos tempos, inclusive de homicídios, como o do taxista José Geraldo, morto no final de semana.
VERSÃO
Bernardo Mendonça Tebet foi assassinado em agosto de 2007, quase dois anos depois de uma tentativa de homicídio em circunstâncias não esclarecidas. Há cerca de um mês, uma equipe de Belo Horizonte divulgou que dois acusados do crime argumentaram que o assassinato foi contratado pelo próprio morto para deixar um seguro de dois milhões de reais para a família.
Durante a entrevista, Reinaldo Magalhães disse que houve uma conclusão desastrosa da polícia. O Regional afirma que nem houve conclusão ainda. “O delegado Cristiano Xavier ainda não terminou de relatar o inquérito para a Justiça. Ainda estamos apurando muita coisa”.
Segundo Silva Pereira, o que foi divulgado até agora foram as versões apresentadas pelos dois acusados. “Por enquanto acho apressado chamar o trabalho de desastroso”.
Dr. Lourival também admite que a versão de que o próprio morto contratou sua morte é difícil de se acreditar. “Eu também não me convenci disso. Não estou satisfeito com essa versão ate agora. Há vários pontos a serem esclarecidos, contudo, tenho que aceitar. O que se julga é o que se tem dentro dos autos. Não adianta inventar história. A Justiça não vai julgar o que não tem provas”.
Ele reconheceu que isso serviu para provocar reações, novas informações e para que as pessoas também tragam novos dados para a policia. “Não temos bola de cristal para adivinhar as coisas que ocorreram”.
DOIS INQUÉRITOS
O delegado diz que não existem duas conclusões. São dois casos que geraram dois inquéritos. O primeiro da tentativa de homicídio em 2005 e outro da morte em 2007. “O que nós fizemos foi juntar em um inquérito só e promovemos tudo ao departamento de homicídios para que prosseguisse com as investigações. Existem apenas versões que estão sendo investigadas”.
O delegado regional explicou que nenhum caso ficará sem resposta. “Por cinco anos na primeira vez que trabalhei em Manhuaçu e agora, já há seis anos, todos os crimes que ocorreram na região estamos procurando apurar com a maior celeridade possível. Evidentemente que há crimes que são complicados e difíceis. Como eu disse, polícia não tem bola de cristal”.
Ao final da entrevista, ele cobrou que a população também tem que colaborar: “Polícia eficiente depende de uma comunidade consciente. Somente se população colaborar e participar dos problemas da região é que teremos um resultado satisfatório”.
Carlos Henrique Cruz - 04/07/08 - 08:31 - portalcaparao@gmail.com