A cantora manhuaçuense Zezé Gonzaga, 81 anos, morreu às 3h45 da madrugada desta quinta-feira no Rio de Janeiro. A intérprete estava internada no hospital Adventista Silvestre com insuficiência respiratória. Zezé sofreu falência múltipla dos órgãos e seu corpo está sendo velado na Câmara Municipal do Rio. O enterro aconteceu na tarde de hoje (24) no cemitério São João Batista, em Botafogo.
Maria José Gonzaga, nome verdadeiro da cantora, fez sua primeira apresentação aos dozes anos e ficou famosa como caloura no programa de rádio de Ary Barroso. Participou de grupos vocais até ser contratada pela Rádio Nacional em 1948.
Zezé chegou a abandonar a carreira em 1972 após se decepcionar com o mercado fonográfico, mas retornou em 1979. De lá pra cá, continuou cantando e lançou recentemente o CD "Sou apenas uma senhora que ainda canta", pelo selo Biscoito Fino. Deixa sua voz de soprano na lembrança daqueles que foram seus fãs ao longo de seus 69 anos de carreira.
Nascida em Manhuaçu, ela morava no Rio desde a juventude - na cidade, consagrou-se, chegando a ser uma das mais requisitadas das estrelas da fase áurea da Rádio Nacional. Zezé começou a carreira em Manhuaçu aos 12 anos e também na cidade de Além Paraíba (divisa de MG com RJ).
Apesar de seu estímulo, a senhora que começou a cantar aos 13 aos, em bailinhos e clubes, não queria mais estar no palco. "O que tinha que fazer eu já fiz", acreditava. Ela estava abalada desde 2003, quando sofreu uma queda ao subir a escadaria de um teatro, no Rio. O afundamento do osso esterno (no tórax) prejudicou sua respiração, o que atrapalhava seu desempenho. Perfeccionista, achava que não estava cantando como deveria. "Se não posso fazer bem, prefiro não fazer", repetia.
Com informações da Agência Estado - O Globo e Folha de São Paulo - 24/07/08 - 18:12 - portalcaparao@gmail.com