Uma fotografia complicou a vida de funcionário da empresa de guincho Translipe. O carro apreendido em Realeza, na semana passada, depois de uma troca de tiros com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), chegou a Manhuaçu sem as rodas de liga leve e equipamentos de som. A Polícia Civil instaurou inquérito. Na hora que o dono veio buscar: as fotos publicadas pela imprensa mostravam que o Fiat Stilo havia sido alterado no percurso até a delegacia.
O Delegado Getúlio Vargas Lacerda foi o responsável pelo inquérito instaurando depois que Oziel Paulo Alves Filho tentou matar os policiais Faria e Carvalho durante uma abordagem em Realeza. O bandido abandonou o carro na beira da estrada e subiu por uma propriedade rural atirando nos agentes rodoviários.
CARRO ROUBADO
O Fiat Stilo foi roubado em Serra (ES) no dia 16. Na segunda-feira passada, o veículo foi apreendido. Equipes da imprensa de Manhuaçu fotografaram o carro em Realeza, poucos minutos depois de ter sido apreendido. O veículo estava com as rodas de liga leve.
Na terça-feira, quando o dono veio pegar seu carro em Manhuaçu teve a grande surpresa. As rodas não eram as que ele tinha colocado. Ao ver o jornal e verificar nos sites, como o Portal Caparaó, a imagem mostrava que o Fiat Stilo, quando foi apreendido, estava com as características originais.
Os ladrões trocaram a placa do carro por uma de uma Ranger de Belo Horizonte. Diante do novo furto, o delegado Getúlio Lacerda instaurou inquérito sobre a troca das rodas. “Um rapaz que trabalha para a Translipe admitiu que fez a troca. Ele já devolveu as rodas aqui, mas ainda não foi ouvido. Quero colher o depoimento para saber onde retirou, como guardou as rodas e se mais alguém sabia ou autorizou isso”, explica.
Getúlio Lacerda explica que o rapaz do guincho não deveria ter encaminhado para a Polícia Civil alegando que estava tudo normal. Ele lembrou que a empresa que trouxe o carro vai ser chamada também. “Os empresários devem ter cuidado com quem contratam e isso pode ser complicador para a empresa”, informa. A Delegacia de Trânsito também foi comunicada dos fatos.
O dono do veículo explicou que estão faltando também equipamentos som, como módulos de potência que estavam na traseira do carro. “Não foi possível ainda apurar se o grupo do Oziel que retirou ou se aconteceu aqui em Manhuaçu”, conta.
Segundo o delegado, o condutor do guincho responde por crime contra ao patrimônio (apropriação indébita) ou mesmo furto.
ARMA DE POLICIAL FEDERAL ASSASSINADO
A Polícia Civil também concluiu o inquérito sobre Oziel Paulo Alves. “Um dos coletes era furtado da PM do Espírito Santo e o outro é de uma empresa de vigilância particular. A arma – pistola 9 mm de uso restrito – pertencia a um Policial Federal assassinado há algum tempo no Espírito Santo”, explicou.
Getúlio informou ainda que Oziel só dificultou o trabalho policial dando pistas e informações falsas e distorcidas. “Só não conseguimos localizar o tal de Robson ou Robinho – de Serra (ES). Ficou muito vago esse aspecto porque o Oziel é profissional no crime”.
O motivo dele estar na região tem mais a ver com o Espírito Santo. “Eles planejavam algum crime na área de Domingos Martins ou Venda Nova do Imigrante e estabeleceram uma rota de fuga por aqui. Repassamos todas as informações para a Polícia Civil especializada da capital capixaba”.
O delegado informou que Oziel foi enquadrado por disparo de arma de fogo, posse de substância entorpecente (havia uma pedra de crack no carro), descaracterização de veículo – placa clonada; tentativa de homicídio contra os policiais Faria e Carvalho e por porte de arma de uso restrito.
Eduardo Satil - 13:41 - 30/07/08 - portalcaparao@gmail.com