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Instituto Terra recuperará cerca de mil nascentes na bacia do Rio Manhuaçu

18/07/2017 - Atualizado em 19/07/2017 08h47

REDAÇÃO - As nascentes são essenciais para a qualidade e disponibilidade de água em uma região hidrográfica. A falta de cobertura vegetal em áreas de recarga hídrica e de proteção aos olhos d’água é um dos fatores que mais influencia a manutenção dos mananciais, que perecem sob os efeitos da estiagem. Pensando nisso, o Comitê de Bacia Hidrográfica Águas do Rio Manhuaçu (CBH Manhuaçu) tem atuado de forma estratégica na mobilização de produtores rurais e gestores municipais para a recuperação de cerca de mil nascentes, por meio do Programa Olhos D’água, desenvolvido pelo Instituto Terra.

“São quase 30 municípios contemplados, com seis técnicos percorrendo as regiões. Nossos membros sempre estiveram à disposição, levando a informação, propagando o Olhos D’água, usando nossos canais de comunicação e abrindo espaço em nossas reuniões”, destaca o presidente do CBH Manhuaçu, Senisi Rocha, que se diz orgulhoso da parceria.

A iniciativa, que tem como desafio recuperar todas as nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, está sendo desenvolvida na Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu com recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro).

Gilson Gomes, técnico do Instituto Terra responsável pela implantação do programa na bacia, explica que “a recuperação de nascentes é apontada no Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH Doce) – documento que contém, entre outras informações, o diagnóstico da situação ambiental da Bacia do Rio Doce e ações para sua recuperação – como uma das práticas conservacionistas mais indicadas para a melhoria da qualidade e quantidade de água nos afluentes e, consequentemente, no Doce”.

 Atualmente, os técnicos trabalham na elaboração do diagnóstico, que contempla o  georeferenciamento das áreas selecionadas, cadastro de produtores, entre outras informações. Coube ao CBH Manhuaçu levantar junto a sindicatos e prefeituras os interessados em participar do Programa e difundi-lo nos municípios da região.

A próxima etapa consistirá no fornecimento de estacas, grampos e arames para o cercamento de nascentes por parte dos produtores, além da instalação de fossas sépticas em regiões pré-estabelecidas. O Comitê atuará na mobilização de parceiros para entrega e armazenamento dos insumos que serão utilizados durante as intervenções previstas no diagnóstico.

Para Gomes, as ações são essenciais para o aumento da disponibilidade hídrica e poderão, em um futuro próximo, amenizar os efeitos da estiagem, que afeta cursos d’água de Minas Gerais e, de forma mais atenuada, do Espírito Santo.

“O cercamento evita, por exemplo, um grande problema identificado nas propriedades rurais, que é o pisoteamento de olhos d’água pelo gado. Mas, para que tenhamos resultados mais efetivos, esta ação precisa ser aliada a outras intervenções, como a revegetação de áreas de recarga hídrica”.

Crédito da foto: arquivo CBH-Manhuaçu

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