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Seminário sobre APAC reúne centenas de pessoas em Manhuaçu

02/09/2008 - Atualizado em 05/09/2008 00h14

Objetivando aprimorar o conhecimento das pessoas voluntárias que trabalham na ressocialização dos condenados, foi realizado no último final de semana, em Manhuaçu, o II seminário de estudos sobre o método da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC). Mais de 300 pessoas de várias cidades participaram do encontro, discutindo vários pontos com os segmentos sociais da comunidade, e a formação de voluntários para o desenvolvimento da Associação na Comarca.

A abertura do evento aconteceu na AABB, com a presença de autoridades locais, que puderam acompanhar a exibição do vídeo “APAC: recuperando o homem e a dignidade”, que foi produzido pelo projeto Novos Rumos na Execução Penal, que tem como coordenador o Desembargador Joaquim Alves de Andrade do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados é uma entidade civil inteiramente dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade, cujo trabalho baseia-se em um método de valorização humana vinculada à evangelização. Possui também a finalidade de dar expectativa mais ampla, a proteção à sociedade e a promoção da Justiça.

A APAC é uma esperança que objetiva promover a humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. A partir daí, surgem os voluntários para estarem trabalhando as várias etapas na vida do condenado. “Para que haja a verdadeira recuperação, é preciso que tenha coerência de seus voluntariados, com o espírito de renovação, onde todos podem comungar o mesmo pensamento e a sensação de liberdade”, afirma o presidente da diretoria da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, Valdecir Antônio Ferreira.

SOCIEDADE TEM QUE PARTICIPAR

Para o representante do Projeto Novos Rumos na Execução Penal do TJMG e Juiz criminal da Comarca de Manhuaçu, Dr. Valteir José da Silva é importante que toda a sociedade cumpra com o seu papel de participar. Segundo o magistrado, o projeto Novos Rumos na Execução Penal do TJMG consiste na adoção do Método APAC como política pública de execução penal no Estado de Minas Gerais. Assim sendo, sua missão é propagar a metodologia apaqueana e apoiar a implantação e consolidação das associações nas comarcas mineiras, de maneira a contribuir para a construção da paz social. “Agora precisamos iniciar a construção para iniciar o trabalho com os presos encarcerados. Esperamos bons frutos dessa obra que estamos empreendendo”, salienta o juiz Valteir José da Silva. Segundo ele, a partir desse mês(setembro) será possível a retirada de alguns presos de bom comportamento para ajudar na construção da APAC.

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A presidente da APAC, Denise Rodrigues destaca que a participação da sociedade é uma demonstração de que está havendo o compromisso para com a causa. “Agora estaremos trilhando novos rumos e esperamos que o nosso trabalho fortaleça ainda mais depois do seminário”,afirma.De acordo com a organizadora do evento, Aparecida Moreira a presença dos diversos segmentos é uma certeza de que todos estão apoiando a implantação da APAC. Segundo ela, muitos ainda não acreditam que existe a recuperação, mas a sinceridade, a responsabilidade do preso em sua recuperação e o estabelecimento de uma disciplina rígida é vital para que os bons frutos sejam colhidos.

UMA NOVA ESPERANÇA

O seminário coordenado pelo presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, Valdecir Antônio Ferreira serviu para mostrar às pessoas que os meios usados para “mudar a cabeça do homem”, reciclando seus valores e potencializando suas qualidades é uma realidade. Valdecir Antônio Ferreira explica que o seminário em Manhuaçu foi à primeira saída, e é preciso que a sociedade entenda que não é prendendo que resolve o problema. “É preciso trabalhar o ser humano que há no preso, para que ele possa voltar a conviver com a sociedade de forma harmoniosa”, ressalta Valdecir Antônio.

Ao falar sobre a recuperação, Valdecir Antônio Ferreira ressalta que algumas pessoas ainda não acreditam devido ao preconceito com o preso, mas o tempo pode encarregar e  mostrar que tudo é possível. Realizando palestras em vários países, e com uma experiência invejável, Valdecir Antônio é categórico ao afirmar que nas APACS, onde se trabalha sem polícia no centro de reintegração, existem 90% de recuperação quando são aplicados todos os métodos.  “Temos uma reincidência de 9%, mas precisamos ter a consciência de que as coisas só têm significado quando nós as conhecemos. Aqueles que outrora eram vistos como irrecuperáveis, hoje estão contribuindo para o crescimento do Brasil”,ressalta Valdecir Antônio Ferreira.

Eduardo Satil  - 02/09/08 - 23:37 - portalcaparao@gmail.com

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