CARATINGA E IPANEMA (MG) - O ano de 2017 começou marcado pelo surto de Febre Amarela na região de Caratinga e Ipanema. Uma doença da qual há muito tempo não se ouvia falar e que, por isso, pegou boa parte da população desprevenida, sem a vacina que evita o contágio.
Além das perdas humanas que a doença causou, o acometimento de macacos nas matas, contaminados pelo vírus, mobilizou biólogos e ainda é motivo de preocupação. O Jornal Hoje, da Rede Globo, exibiu na segunda-feira (20) uma matéria do Globo Natureza, abordando o impacto da Febre nos primatas, como macacos-prego, saguis, bugios e até muriquis.
A Reserva Feliciano Miguel Abdala (RPPN), em Caratinga, é um dos poucos refúgios que ainda restam para o muriqui. Centro de pesquisa reconhecido internacionalmente, é, sem dúvida, um dos maiores patrimônios do município. Mas durante o surto da doença, no início do ano, e até depois que o controle na população humana se estabeleceu, os pesquisadores se reservaram ao direito de não divulgar a morte de muriquis.
Na época, falou-se da resistência desta espécie, muito maior que a do bugio, por exemplo. Mas agora, nesta reportagem do Globo Natureza, temos acesso à informação de que 50 muriquis morreram na “Mata do Feliciano” devido à Febre Amarela, 90% dos bugios também desapareceram e restaram apenas dois saguis da cara amarela.
Dada a importância deste bioma para a preservação da Mata Atlântica no Brasil e de suas espécies nativas da fauna e da flora.
De acordo com o Ministério da Saúde, é preciso apenas uma dose da vacina com a Febre Amarela para garantir a imunização. Todos os postos de saúde da região têm a vacina e os agentes podem tirar suas dúvidas ou dar orientações.
O ano está chegando ao fim, mas a preocupação com a preservação dessas espécies de macacos deverá perdurar por décadas, por causa de uma febre.