MANHUAÇU (MG) - Reunião entre funcionários do SAAE e vereadores discutiu valor e forma da cobrança da tarifa de água de Manhuaçu. Membros do Poder Legislativo descartaram possibilidade de privatização da autarquia e acreditam em melhora do serviço e infraestrutura para abastecimento da cidade e distritos.
Durante a tarde de sexta-feira, servidores públicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) se encontraram com os vereadores da Comissão dos Direitos do Consumidor Adalto de Abreu e Gilson César e os vereadores Paulo Altino, Cabo Ferreira, Berenice Maria e Giovanni Mageste Hott.
Toda a polêmica foi provocada a partir das contas de águas que chegaram a alguns consumidores em janeiro. Para servidores do SAAE, houve muito terrorismo antecipado e pessoas se deixaram levar sem ao menos saber o valor de suas contas, verificar o aumento do consumo e a diferenciação entre as tarifas social, residencial e comercial.
Depois disso, houve um entendimento entre a Câmara Municipal, SAAE, Prefeitura e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico (CISAB) que é o órgão regulador da tarifa de água. A cobrança foi adiada em quatro meses, terá um desconto de 10% no valor do metro cúbico nas tarifas e a cobrança de janeiro será restituída. Os vereadores identificaram que a cobrança relativa a dezembro foi irregular.
MOBILIZAÇÃO
Servidores do SAAE têm promovido uma mobilização nas redes sociais para mostrar o trabalho da autarquia e a necessidade do aumento da tarifa com valores adequados ao consumo real e o tipo de uso.
Na reunião, eles pediram o empenho dos vereadores para manter o novo sistema de tarifação e ajudar a explicar à população como a cobrança é feita. Segundo o SAAE, o consumo real é a forma mais justa de cobrança. Antes a pessoa pagava a tarifa mínima para 10 metros cúbicos e com a mudança o consumidor paga pelo que realmente consome.
Depois de estudos, o CISAB aponta que 26% da população não consome nem 5 metros cúbicos (cinco mil litros de água) por mês. Essas pessoas estarão recebendo contas menores, porque agora vão pagar o consumo real, ou seja, estarão pagando menos do que antes.
PRIVATIZAÇÃO
Já a questão da privatização da autarquia. O tema foi exaustivamente esclarecido.
O assunto surgiu num comentário durante a reunião anterior da Câmara Municipal. Segundo o vereador Adalto de Abreu, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, a frase foi mal interpretada.
“A dúvida maior dos servidores está relacionada à privatização. Reafirmamos que somos contra e não vamos admitir que o nosso patrimônio seja terceirizado. Queremos que eles tenham mais empenho e que a população entenda o reajuste para o consumidor”, ressalta.
O mesmo tom foi adotado pelos demais vereadores presentes na reunião. Gilson César da Costa argumentou que a população tem que tomar conhecimento de como tudo está sendo feito, principalmente observar a mudança no serviço prestado e as melhorias que isso vai permitir. “A nossa luta será contínua, para que não aconteça algo que venha prejudicar os servidores da autarquia. Estamos aqui para defender o SAAE e também para cobrar que tenham recursos para melhorar o serviço que é prestado para a população”, argumentou.
O vereador Paulo César Altino lembrou que já trabalhou no SAAE e está do lado dos servidores. “Podem ter certeza de que estaremos ao lado dos servidores, para falar sobre o significado do aumento. Quanto a privatização, com certeza a Câmara de Manhuaçu nunca irá admitir isso. Agora é momento de esperar os recursos serem investidos, melhorar a estrutura e ter um serviço melhor para a população”.
Em geral, os vereadores presentes se prontificaram a apoiar o SAAE e destacaram o compromisso da Prefeitura e do SAAE de darem ampla divulgação às questões sobre a nova forma de cobrança pelo consumo real de água tratada nas residências e comércios da cidade e distritos.
Em nome dos funcionários do SAAE, Luiz Carlos Maia, garantiu que o grupo saiu satisfeito com a posição adotada pela Câmara Municipal. “O reajuste é uma tarifa justa. Basta que falemos a verdade, para que a população entenda que essa é uma necessidade. Todos têm pagar o valor justo daquilo que gasta”.
Os demais vereadores justificaram a ausência na reunião.
Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br