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Segurança

Oito são julgados por morte na cadeia de Manhuaçu

03/10/2008 - Atualizado em 05/10/2008 07h28
Terminou às 05h40m da manhã desta sexta-feira, o julgamento dos oito acusados pela morte do detento Isac Alcino Martins, “Foguinho”, que foi assassinado por colegas de cela. O homicídio ocorreu com requintes de crueldade, no dia 08 de abril  de 2007, no interior da cadeia pública de Manhuaçu. O inquérito policial aberto à época apontou como culpados, os detentos Alessandro de Oliveira da Silva, Emerson Chieregato Felipe, Wesley Marciano da Costa, Fernando Afonso Pereira, Marcelo Alexandre da Silva, João Paulo da Silva, Móises Gomes de Souza e Sérgio Alves do Carmo. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, já que o detento Cristiano Aguiar Rondele “Tey”, também foi espancado pelos rivais. Só não foi assassinado porque fingiu de morto, até que as agressões fossem cessadas, e intervenção da Polícia no interior da cela.

De acordo com as peças processuais, a morte de “Foguinho” estaria relacionada a uma dívida de droga, e ainda por ameaça  feita pela vítima aos agressores. A partir daí, o grupo decidiu matar o detento para livrar do pesadelo.  Isac Alcino Martins foi morto com golpes na jugular, e teve o corpo coberto com os colchões para dificultar o trabalho da polícia. Cinco dos oito detentos denunciados, quatro estavam na Penitenciária de Pacas e um na Penitenciária Francisco Sales (Montes Claros).

Outros três estavam na cadeia de Manhuaçu. Eles chegaram ao Fórum Desembargador Alonso Starling na manhã de quarta-feira, dia 01, data marcada para o julgamento, que foi adiado em virtude de várias recusas de jurados pelos advogados de defesa. O juiz da Vara Criminal, Dr. Walteir José da Silva suspendeu a sessão, que aconteceu nesta quinta-feira. Com o início às 9:00h, o julgamento se estendeu até às 5:40 da manhã desta sexta-feira,dia 03. Depois de muitos debates entre acusação e defesa, os jurados  com conhecimento das peças processuais, foram para a sala secreta para votar os 14 quesitos elaborados pelas partes. Os jurados recolheram às 22h20min, e as portas do Salão do Júri foram abertas às 05h40min

SENTENÇA

Depois de 20 horas de tensão por parte dos acusados, que ficaram durante todo o tempo sob forte esquema de segurança por Policiais Militares e Agentes Penitenciários (Subsecretaria de Desenvolvimento Social), o juiz da Vara Criminal Walteir José da Silva, leu a sentença em desfavor dos acusados.

Da morte de Isac Alcino Martins “Foguinho”, os jurados reconheceram que houve culpabilidade e crueldade por parte de Alessandro de Oliveira da Silva- que foi condenado a 16 anos de reclusão; Emerson Chieregato Felipe  (14 anos e 6 meses); Móises Gomes de Souza condenado ( 16 anos); João Paulo da Silva (16 anos); Fernando Afonso Pereira (14 anos e 6 meses) e Wesley Marciano da Costa (14 anos e 6 meses). O pedido do Ministério Público, representado pelos promotores Gianine Maeli Mota Miranda e Fábio Santana, pediu a absolvição de Sérgio Alves do Carmo e Marcelo Alexandre da Silva. Eles consideraram que os dois detentos não participaram do crime.  

Pela tentativa de homicídio contra Cristiano Aguiar Rondele “Tey”, Wesley Marciano da Costa foi condenado há 14 anos- com pena definitiva de 23 anos de reclusão; João Paulo da Silva há 10 anos (pena definitiva 26 anos);Móises Gomes de Souza há 14 anos sem atenuantes (pena denifitiva de 26 anos; Emerson Chieregato há14 anos e 6 meses (totalizando 24 anos) e Alessandro de Oliveira há 12 anos (totalizando 26 anos); Fernando Afonso Pereira 15 anos (totalizando 24 anos).

João Paulo da Silva, que está no semi-aberto permanecerá, até que a sentença transite em julgado. Os jurados não reconheceram nenhum atenuante, para a desclassificação dos crimes de lesão corporal seguida de morte. Ao encerrar o trabalho da sessão do Júri, o juiz Walteir José da Silva reiterou que a “Justiça” sempre será feita na Comarca de Manhuaçu.

Eduardo Satil - 10:07 - 03/10/08 - portalcaparao@gmail.com

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