MANHUAÇU (MG) - Agricultores, indústria fabricante, canais de distribuição e poder público desenvolvem ações coordenadas e complementares no Sistema Campo Limpo, sistema de referência mundial para a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
Até o dia 29 de abril, produtores rurais de Manhuaçu e região podem devolver as embalagens vazias de agrotóxicos utilizadas nas lavouras durante a preparação da safra 2018 nas unidades da Central Campo ou em um dos vários pontos de arrecadação distribuídos em diversos municípios da região.
Segundo Artur Vasconcelos, com base em dados divulgados pelo IBGE, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. “Em consequência disto um grande volume de embalagens vazias de agrotóxicos e desde 2012 realizamos esse sistema de logística reversa facilitando ao produtor a entrega destas embalagens para uma destinação correta, colaborando para uma agricultura sustentável e preservação do meio ambiente”, disse.
O Programa é desenvolvido em parceria com o IMA, EMATER, ADEMIG, Associação dos Comerciantes de Defensivos das Matas de Minas Gerais – INPEV e os Sindicatos dos Produtores Rurais dos municípios da região. Para Rômulo Matozinhos, Gerente Regional da EMATER em Manhuaçu a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos é uma obrigação de todo produtor. “A Lei federal nº 9.974/00 instituiu o conceito de responsabilidade compartilhada entre os agentes da cadeia agrícola no processo de recebimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas e determinou os papéis específicos de cada um e o produtor rural é a parte mais importante nessa cadeia, pois é ele que tem o contato direto do produto com o meio ambiente”, ressalta Matozinhos.
Após o recolhimento das embalagens vazias nos postos itinerantes na região e na matriz em Manhuaçu, todo material é encaminhado para a Central de Recolhimento de Embalagens Vazias. “A legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser lavadas com o objetivo de evitar a sua contaminação com produto residual. Além disso, os procedimentos de lavagem, quando realizados durante a preparação da calda, evitam desperdício do produto e reduzem riscos de contaminação do meio ambiente. A lavagem é indispensável para a reciclagem posterior do produto e deve ser feita conforme norma específica (NBR 13.968) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)” explica Idanny Alves, responsável pela administração da Centra de Recolhimento, em Manhuaçu.
De acordo com a Lei, o produtor tem um ano para devolver as embalagens vazias, podendo ser prorrogado por mais seis meses. “Caso o produtor não utilize todo o produto, ele tem mais esse prazo para devolver as embalagens. Após a utilização do produto, as embalagens vazias devem passar pela tripla lavagem e inutilizadas e juntamente com a nota fiscal de compra entregues nos postos de recolhimento, onde a nota fiscal é carimbada como comprovação do cumprimento da lei, o que chamamos de logística reversa”, completa Idanny.
Dia Nacional do Campo Limpo
O Dia Nacional do Campo Limpo é comemorado anualmente no dia 18 de agosto. A data integra o Calendário Nacional desde 2008, e foi criada pelo inpEV com o objetivo de reconhecer a participação dos diferentes agentes – agricultores, canais de revenda e cooperativas, indústria fabricante e poder público – da logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil e celebrar os resultados alcançados com a atuação conjunta.
Para marcar a data, conferir mais visibilidade ao tema e reforçar a conscientização da comunidade, o Instituto promove anualmente uma série de eventos. São ações comunitárias, concursos em escolas, palestras em universidades e encontros com autoridades locais, entre outras iniciativas, realizadas no entorno das unidades de recebimento, que estimulam a comunidade local a refletir sobre a importância da conservação do meio ambiente e o papel que podem desempenhar nesse esforço.
Jailton Pereira