ESPERA FELIZ (MG) - Pouco depois de concluir o curso de Drone, oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas) em Manhuaçu, a equipe que desenvolve o programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Café) nas Matas de Minas adquiriu um drone, que será utilizado nas visitas ténicas nas propriedades cafeeiras para fazer levantamentos de dados e análises, a fim de fornecer informações mais detalhadas aos produtores assistidos na região.
Michel de Assis e Silva é um dos que decidiram fazer o investimento e já teve a oportunidade de usar o equipamento. O voo foi realizado na propriedade da cafeicultora Lucileia Simiquelli em Espera Feliz, um dos quatro municípios onde atua. “Neste dia utilizei o drone para cálculo da porcentagem de falha na lavoura plantada no final de 2017”, contou.
Segundo ele, com a união do grupo, pôde antecipar a aquisição do aparelho, que já estava em seus planos. “Ele facilita a observação e oferece a possibilidade de adquirir equipamentos como câmera multiespectral. Com ele, também poderemos antecipar os problemas pelo processamento das imagens geradas, antes mesmo antes dos sintomas serem visíveis aos olhos”, destacou.
Ele e os técnicos Fernando de Jesus Cunha, Jéssica Carmo, Marcelo Souza Pinheiro e Tadeu Oliveira Otoni e o supervisor Daniel do Prado fizeram o investimento inicial, mas, segundo Daniel, os demais também entrarão para o grupo nos próximos dias. Para usar o equipamento, será definida uma agenda de acordo com a necessidade.
“Já no curso percebemos que o uso do drone elevaria a qualidade das informações, ajudando a gerar imagens aéreas que mostram situações que seriam difíceis de ser constatadas apenas pelo andar na lavoura. Eles também geram mapeamentos mais precisos para determinar tamanho do talhão, falhas de plantio, reboleiras de doenças no talhão, sugerir linhas de plantios e muitos outros serviços”, disse Daniel.
Além do voo na propriedade da cafeicultora atendida por Michel, outro já foi realizado pelo técnico Tadeu. “Os produtores onde estamos realizando estes voos ficam encantados e impressionados com as fotos e o nível de detalhes das informações geradas”, contou o supervisor.
Jéssica Carmo também reforça que o drone pode contribuir para a melhoria da assistência técnica e gerencial. “É uma ferramenta que permite o levantamento de informações topográficas com agilidade e eficiência e auxiliará também no controle de pragas e doenças, podendo-se tomar decisões antecipadas e localizadas”, explicou.
Inovação
Para a gerente regional do Senar Minas em Viçosa, Silvana Novais, é gratificante ver a iniciativa dos técnicos e o interesse em usar o drone em benefício do produtor. “Acabamos de investir nos técnicos para eles conhecerem novas tecnologias e poderem dar mais suporte aos produtores, e a resposta deles foi imediata. Já enxergaram a importância de usar o equipamento para medir as propriedades, conhecer o que tem nas lavouras, e não apenas isso. Eles poderão acompanhar as áreas plantadas e enxergar onde são necessárias melhorias”, afirmou.
Segundo o coordenador estadual do ATeG Café, Caio Oliveira, o Senar Minas mais uma vez está inovando no seu modelo Assistência Técnica e Gerencial, buscando a cada dia ampliar as opções de serviços oferecidos ao produtor rural.
“Esta iniciativa partiu dos técnicos, que enxergaram a importância e a oportunidade de aprimorar a prestação de serviços ao produtor, utilizando uma ferramenta que permitirá fazer todo o levantamento e mapeamento da propriedade não só na questão territorial, mas também auxiliar no monitoramento da lavoura como um todo. Essa é mais uma ação de vanguarda do programa ATeG Café, que alia tecnologia e oportunidades para os produtores”, enfatizou.
Benefícios do drone
O curso de Drone começou a ser ofertado pelo Senar Minas em 2017 e trabalha o conteúdo básico para a utilização do equipamento: segurança, legislação, sensores, operação manual e automatizada, além da captura de fotografias e vídeos.
“É uma realidade no meio rural e será corriqueiro no futuro. Todo mundo pode controlar o drone. Um cadeirante, por exemplo, pode acompanhar toda a sua propriedade da varanda da casa”, destacou o instrutor Cleverson Vieira Pires.
O equipamento, remotamente pilotado, oferece uma série de possibilidades e vantagens. “Além da agilidade para percorrer a área da propriedade e da questão de auxiliar na segurança, permite conhecer plantas danificadas, falhas, localização do gado, mapeamento. Representa economia e ganhos ambientais”.
ATeG Café
O programa busca ajudar os cafeicultores a vencer desafios a partir da transferência de tecnologia associada à consultoria gerencial. Seiscentos produtores são beneficiados nas Matas de Minas e no Sul do estado.
A metodologia do programa está fundamentada em cinco etapas: diagnóstico produtivo individualizado, planejamento estratégico, adequação tecnológica, capacitação profissional e avaliação sistemática de resultados.
Cada técnico monitora um grupo de 30 produtores. Nas visitas técnicas, o profissional orienta o produtor a aplicar métodos que vão melhor a produção, a qualidade e a comercialização. A função da assistência técnica é fazer um trabalho de acompanhamento, apontando erros e implantando métodos inovadores de produção.