REDAÇÃO - Nesta quinta-feira (5), às 15h, será protocolado, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o pedido de Indicação Geográfica (IG) da Região das Matas de Minas. A ação é uma iniciativa do Conselho das Entidades das Matas de Minas e tem o apoio e a orientação do Sebrae Minas.
A ação vai ocorrer na sede do INPI, no Rio de Janeiro, e estarão presentes o presidente do Conselho Sebastião de Lourdes Lopes, o consultor Sérgio Cotrim D’Alessandro, a secretária executiva Amara Alice Cerqueira e o advogado Marcos Fabrício Welge.
A Indicação Geográfica é usada para identificar a origem de produtos ou serviços quando o local se torna conhecido ou quando determinada característica ou qualidade do produto ou serviço se deve a sua origem. A IG tem duas modalidades: Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP). A Região das Matas de Minas está postulando a Indicação de Procedência.
Para a analista do Sebrae Minas Ereni Emerick, a Indicação Geográfica traz boa reputação para o território, em função das características particulares da região. “Entre os benefícios diretos da IG estão o diferencial em relação às demais regiões produtoras, a agregação de valor e a organização social dos produtores, que passam a agir coletivamente como defensores da IG e contra a utilização indevida do nome protegido”, destaca a analista.
Rogério Galuppo Fernandes, também analista do Sebrae Minas, ressalta que a Indicação Geográfica trará diversas vantagens para a região, dentre elas a proteção, o controle e a garantia da origem do produto regional. Vale ressaltar que a Região já possui a marca coletiva, que atesta origem e qualidade controladas.
Desde 2011, o Sebrae Minas realiza o projeto de Agronegócios Café das Matas de Minas, com o objetivo de desenvolver a cafeicultura na região, valorizando o produto local, organizando as ações dos produtores e abrindo mercados. A iniciativa é baseada em quatro pilares: qualidade, identidade, governança e mercado.
A Região das Matas de Minas está situada em uma área de mata atlântica, no leste do estado de Minas Gerais, e congrega cerca de 36 mil produtores de café, responsáveis pela produção de 5 milhões de sacas anuais, 24% do total no estado. Em 63 municípios, com 275 mil hectares plantados na área demarcada, os produtores geram cerca de 75 mil empregos diretos e 156 mil empregos indiretos na colheita do café. A produção é naturalmente sustentável, marcada pela predominância da agricultura familiar, pelo impacto econômico e social direto e indireto e integração natural entre o homem e a mata, fatores culturais presentes na cafeicultura da região.