ALTO CAPARAÓ (MG) - Quem viu Daniel Gracie Pereira carregar o filho Isaac até o topo dos 2.890 metros do Pico da Bandeira, no último domingo (16), se emocionou com o exemplo de amor incondicional.
Morador de Manhuaçu, o ex-atleta profissional se recuperou de sete cirurgias ao lado do enteado, que tem paralisia cerebral, hidrocefalia e epilepsia.
Várias pessoas que estavam na trilha, segundo informações, subindo e descendo ficaram emocionadas com a atitude fantástica desse pai. Amor incondicional. Parabéns!!
Muitos já estão acostumados a ver a dedicação dele ao correr nas ruas e em corridas com garoto num triciclo. Mas chegar ao terceiro ponto mais alto do Brasil era com certeza uma desafio inimaginável. E não foi fácil.
Na rede social, o relato é da subida cansativa. Daniel carregou o garoto Isaac nas costas durante a subida. Era uma hora andando e quinze minutos de descanso, sob o sol escaldante, já que não há árvores no trecho até o pico.
Ele agradeceu “a todos que estavam subindo o Pico da Bandeira, naquelas trilhas desafiadoras, pessoas de várias partes do mundo, que me ajudaram com água, lanche, apoio moral, grito de incentivo, um frio e ao mesmo tempo um sol de rachar, mais uma vez Deus nos honrou!”. Foram 04 horas e 17 minutos da tronqueira até o cruzeiro no pico. “Estou muito cansado, mas com satisfação enorme de vê-lo feliz”, afirmou.
A vitória foi ainda maior e abençoada, pois havia o risco de alguma crise com Isaac e todos distantes do socorro. Deus abençoou essa história mais uma vez.
HISTÓRIA
Daniel Gracie conta que parou de correr profissionalmente quando foi submetido a uma cirurgia na coluna. “Comecei a namorar a mãe do Isaac e fazia caminhadas com ele durante a minha fase de recuperação. Eu percebia que ele ficava muito alegre enquanto eu empurrava a cadeira de rodas. Foi então que começamos a trotar e depois a correr”, conta Daniel.
Guiado pela esperança de melhora no quadro clínico de Isaac, Daniel intensificou os treinos com o filho nos finais de semana até encarar a primeira prova. “A equipe responsável pela fisioterapia e ecoterapia do Isaac percebeu uma grande melhora no tratamento dele após começarmos a correr. Foi então que começamos a treinar bastante nos finais de semanas e passei a levá-lo nas corridas”.
Agora, mais uma história linda para ser contada e uma alegria imensa estampada no rosto do pequeno Isaac. Provavelmente, o primeiro cadeirante a chegar ao Pico da Bandeira.
Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br