A Câmara de Vereadores de São João do Manhuaçu voltou a se reunir na semana passada. Entre os assuntos em pauta, a situação das estradas e o atendimento em saúde para os moradores. O principal tema, contudo, foi a discussão sobre o rateio do Fundeb e a necessidade de se revisar o salário do funcionalismo municipal.
Sob a presidência do vereador Gilberto Evangelista, a reunião na manhã de quarta-feira começou debatendo a questão da saúde. O vereador José Noel apresentou uma indicação pedindo um empenho maior da administração de São João do Manhuaçu com relação ao atendimento dos pacientes da cidade no Pronto Atendimento de Manhuaçu.Apesar dos casos serem encaminhados com urgência para o Pronto Atendimento, muitos estão reclamando que chegam a ficar o dia todo esperando. “Ele reconheceu que os médicos podem determinar a questão da urgência do atendimento, mas ainda assim argumenta que é preciso um empenho maior da prefeitura ao acompanhar os casos”, afirmou.
No mesmo dia, o vereador contou o fato em que, na véspera da reunião uma pessoa se cortou durante o trabalho e foi socorrida ao posto de saúde da cidade. “Demoraram demais para atender e isso não pode acontecer. Quem garante que ele não teria seqüelas para o resto da vida por causa do corte na mão”, reclamou. Ele disse que recorreu a um colega para socorrer a pessoa em um carro particular. “Parecia que estavam aguardando encher a ambulância para levarem o rapaz”, afirmou.
FUNDEB
As cobranças sobre o Fundeb encontraram eco no plenário com o apoio de vários vereadores. O secretário da mesa Diretora da Câmara, Américo Courradesqui, argumentou que em março foi aprovada a nova legislação sobre o Fundeb. “A emenda, aprovada por todos os vereadores, determinou que o rateio seja feito na proporção de 70% para os profissionais ligados aos alunos e que deve ser pago mensalmente”, afirmou.
Ele comentou que nem na folha de pagamento de marco e nem na de abril, isso foi cumprido. Para Américo, isso é um desrespeito: “Uma atitude desrespeitosa do Prefeito com a Câmara e, principalmente, com o funcionalismo. Não deram posição alguma e também não cumpriram a lei”. Ele completou: “Depois reclamam quando a gente vai para a Justiça ou toma providências aqui na Câmara”.
Para o vereador, o maior perigo é que essa demora está prejudicando os servidores. “Aí repete o que aconteceu em 2005. Mesmo com o orçamento aumentando a cada ano, falam que os professores têm direito a tanto e na hora de pagar, só distribuem um valor menor no rateio, alegando que não têm dinheiro”, argumenta.
Sobre o salário dos servidores, Itamar José de Abreu liderou uma indicação em que todos os vereadores solicitam que a prefeitura reveja os salários dos funcionários municipais. “A gente ouve o prefeito de Manhuaçu conceder aumento e fica pensando porque aqui nada foi feito. Sei das dificuldades do município, mas mais dificuldades passam os servidores que estão com salários defasados e perdendo o poder aquisitivo ano após ano”, afirmou.
Apesar da indicação, o vereador esclareceu que somente a prefeitura pode propor o reajuste. “Nós gostaríamos de fazer, mas matéria financeira é de competência só da prefeitura”, esclareceu.
ESTRADAS
A outra reivindicação foi relacionada a estradas. Américo também cobrou uma postura mais eficiente da Prefeitura com relação a estrada que liga a BR-116 a Santa Margarida. Ele explicou que o patrolamento da estrada já é feito pelo município vizinho, mas “o mínimo que a prefeitura daqui podia fazer era roçar a parte da estrada que fica em São João. Está uma vergonha. O mato está quase encontrando um lado com outro da estrada”.
José Noel também reclamou da falta de compromisso com as estradas das propriedades rurais. Existe um trator destinado ao atendimento na zona rural. “Os produtores cobram porque estamos em plena safra e o girico não chega nas propriedades. Eles até marcam, mas na hora de atender não cumprem”, contou.
O vereador falou que até a agenda marcada com o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável não foi cumprida.
Carlos Henrique Cruz e Antônio José - 15/05/07 - 08:12