O mais comum era manter alunos com necessidades especiais em serviços especiais, até que fossem julgados aptos a entrar na escola regular. Mas o movimento mundial pela inclusão e a prerrogativa legal que garante às crianças brasileiras de 7 a 14 anos o direito de freqüentar a escola comum, a despeito de sua deficiência, têm gerado um novo momento na educação brasileira. Em Manhuaçu, a Apae e a Clínica Educare iniciaram um projeto voltado para a ressignificação da Escola Especial.
A iniciativa pioneira na região surgiu da necessidade de refletir sobre a política pedagógica da escola face ao novo momento que ela vivencia. A atualidade trouxe a inclusão social como necessidade de modificações sistemáticas e mudanças de posturas diante das diferenças sociais vividas na modernidade.
A convite da diretora da Escola Especial, Tânia Maria Alves, em parceria com o Estado, a Educare promoveu no último sábado o módulo de abertura do Projeto Ressignificando a Escola Especial em consonância com o paradigma da inclusão. Serão quatro encontros que possibilitarão uma reflexão crítica da comunidade escolar sobre a sua prática. As reuniões serão desenvolvidas até o final de junho.
A equipe Psicopedagógica da Educare é formada pelas psicólogas Helen de Souza Costa, Luciane Pascini Nunes, Lucinei de Souza Lopes e Paula Soares de Carvalho, a psicopedagoga Luciana Muniz Ferreira e a Fonoaudióloga Rossana Tebas Lanes.
A Inclusão Social ofereceu espaços para que todos freqüentem a escola em igualdade, por isso, deficientes físicos e mentais são matriculados em escolas comuns. Com isso as Escolas Especiais também tiveram que se adequar aos novos tempos. “É importante reconhecer que um processo de planejamento participativo que resulte na ressignificação de uma proposta político pedagógica é uma condição indispensável a toda e qualquer escola que deseje desenvolver uma educação comprometida com a sua qualidade”, ressalta Luciane Pascini.
NOVO PAPEL DA ESCOLA ESPECIAL
Compartilhar as experiências e estudos sobre a Educação Especial seria uma das formas da APAE contribuir com a inclusão escolar. O projeto da Educare é justamente para auxiliar nesse momento de análise e estabelecimento de novas diretrizes na instituição de ensino.
Para que as articulações de conhecimento se tornassem organizadas e possibilitadas ao atendimento dos profissionais da Educação Especial e dos profissionais de Educação comum, o governo do Estado de Minas Gerais lançou o Projeto de Ressignificação das Escolas Especiais. “A idéia é permitir a todos a compreensão do novo papel a ser desempenhado pelas Escolas Especiais a partir desse novo momento”, explica a psicóloga.
Logo no primeiro encontro ficou claro que a ressignificação do atendimento ao portador de necessidades especiais “não implica a eliminação do serviço especial, mas uma mudança no atendimento”. Os profissionais da Educare, ressaltaram, porém, que “o atendimento especial não substitui a sala de aula, mas que hoje precisa ser revisto em função dos novos papéis propostos pela inclusão”.
Segundo a equipe da Educare, é importante reconhecer que um processo de planejamento participativo que resulte na ressignificação de uma proposta político pedagógica é uma condição indispensável a toda e qualquer escola que deseje desenvolver uma educação comprometida com a sua qualidade.
Com experiência no setor educacional, a Clínica Educare tem se colocado a disposição das escolas no processo de capacitação e apoio dos agentes educacionais, a fim de contribuir no desenvolvimento da proposta de inclusão social.
A Educare localiza-se à Rua Capitão Rafael, 254 – Centro - Manhuaçu. Antônio José - 16/05/07 - 13:44