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Mesmo cansados por causa dos quilômetros percorridos sob sol forte, dezenas de policiais continuaram até a noite com buscas nas matas de toda a região de Reduto. A Polícia Militar tinha motivos para acreditar que a dupla não conseguiu fugir após o crime. Mamão e Juliano saíram num Monza dourado em direção a Martins Soares, pela rodovia federal.
Com o auxílio do avião do empresário José Maria Hott no céu e viaturas de toda a região cercando as estradas, a Polícia Militar localizou o veículo abandonado. “Ele estava num local considerado incomum. Eles pegaram a estrada e depois deixaram o veículo escondido atrás de um morro numa estrada que não tem saída, em frente ao antigo Beach Park”, contou o capitão Luciano Reis, comandante do policiamento na região de Manhuaçu.
A partir daí, começaram as buscas nas imediações. Os policiais encontraram os malotes do banco vazios e tiveram a confirmação. Os dois bandidos não tinha outro carro e poderiam estar escondidos nas matas da região.
TROCARAM TIROS COM A POLÍCIA
Durante toda a tarde, policiais fizeram uma varredura nas matas, cortes de pedra e lavouras entre Reduto e Martins Soares. Sob sol escaldante, os militares não pararam. As buscas foram essenciais para cercar os dois. À noite, a polícia adotou uma nova estratégia: colocou policiais sem farda e em carros comuns na rodovia. “A nossa expectativa era de que eles saíssem durante a noite para pegar um veículo ou pedir carona. Por volta de 22 horas, os policiais do Serviço de Inteligência viram os dois saindo do matagal num sítio que fica um pouco antes da entrada do Cascata Motel, do lado de baixo da rodovia”, contou o assessor de comunicação organizacional do 11º BPM, Capitão Vitor.
O oficial explicou que Mamão, que já matou um policial em 2004, partiu para cima dos policiais do Serviço de Inteligência da PM e não se entregou facilmente, enquanto Juliano correu para o mato e atirou em direção aos policiais. Mamão e Juliano atiraram sete vezes para cima dos policiais. Os militares revidaram e acertaram a canela do segundo ladrão, que acabou dominado. Com eles a polícia encontrou o dinheiro do banco e duas armas.
INFORMAÇÃO
O Capitão explica que as fotos e dados de Mamão foram apresentadas pela Seção de Inteligência e a Patrulha de Prevenção Ativa às agências do Sicoob. “Desde a primeira tentativa na agência em Manhuaçu (perto do estádio JK) até a chegada deles a Reduto e o roubo na agência, a comunicação do gerente, a identificação e tudo ligado a isso foi importante para o cerco que foi montado”.
O militar explicou que o avião ajudou, mas o empenho dos policiais foi essencial. “Tivemos equipe de Reduto, toda a companhia de Manhuaçu, pessoal do tático móvel, militares de Martins Soares, Alto Jequitibá, Luisburgo, Manhumirim, Alto Caparaó, Realeza e São João do Manhuaçu. Todos se esforçaram muito durante várias horas e o resultado disso tudo foi a resposta efetiva para a população”, destacou Capitão Vitor.
O policial acredita numa relativa tranqüilidade em relação aos bancos, pois era Mamão que vinha praticando esses delitos na região. A polícia Militar confirmou a participação dele no assalto ao Sicoob em Matipó e a Unicred em Manhuaçu, há um mês. Mamão tem passagens pela polícia por outros seis roubos a cooperativas de crédito. Ele tinha sido preso ao assaltar uma agência em Leopoldina em outubro, mas fugiu em dezembro. No ano de 1994, ele assassinou um policial militar em Belo Horizonte.
O ASSALTO
Segundo a polícia, Mamão e Juliano estiveram primeiro na agência do Sicoob em Manhuaçu. Fábio Pinheiro Lopes chegou a entrar no banco e olhou o funcionamento. Por algum motivo desistiu do crime. Uma funcionária reconheceu o rapaz e informou a polícia.
A partir daí, o Centro de Operação Policiais Militares (Copom) anunciou às viaturas para procurarem pessoas e um carro suspeito. Em poucos minutos, o chamado da equipe de Reduto. Os policiais viram o Monza e, enquanto davam a volta na praça, os dois bandidos saíram da agência e fugiram.
Para entrarem no banco, Mamão simulou estar armado (possivelmente um revólver de plástico), passou pela porta giratória com detector de metais e anunciou o assalto. O segundo bandido entregou a arma de verdade e levou o dinheiro. Eles viram os policiais passando do lado e fora e cogitaram a possibilidade de fazer clientes e funcionários reféns, mas notaram que a viatura passou direto. Nesse intervalo saíram do banco e entraram no carro.
A quantia apurada e recuperada com o bandidos foi de cerca de 65 mil reais.
Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira - 07:00 -05/02/09 - portalcaparao@gmail.com